Parque do povo se dividide entre o forró tradicional e o estilizado

Campina Grande, 8 de junho de 2015  ·  Escrito por Débora Marx  ·  Editado por Array  ·  Fotos de Dalisson Markel

Diversidade é sinônimo de Parque do Povo. Em época de São João, o ambiente abriga diferentes opções de comidas, de vestimentas e entretenimento. Dessa forma, o forró, ritmo que embala os festejos juninos da festa mais popular do mundo, também possui várias nuances.

 

Passando por inúmeras transformações, hoje, o tradicional Forró Pé-de-Serra disputa lugar, no Maior São João do Mundo, com o atual forró estilizado.  Se de um lado se tem os trios, com suas indispensáveis sanfonas nas palhoças e ilhas, do outro , no palco principal, é comum se deparar com as grandes bandas da indústria da música.

Trio "Pé de Moleque", que há mais de 14 anos se apresenta em palhoças no Parque do Povo.

Trio “Pé de Moleque”, que há mais de 14 anos se apresenta em palhoças no Parque do Povo.

A batida, os instrumentos, a quantidade de pessoas envolvidas… Basicamente tudo é diferente de um estilo para o outro. Nas ilhas, onde a tradição é preservada, o público é visivelmente mais velho e concorda que as mudanças são naturais e benéficas, mas percebem, nesses mais de 30 anos de são João em Campina Grande, o quanto a zabumba, o triângulo e o acordeom foram perdendo espaço. “ As pessoas hoje preferem a bateria,  a guitarra e as grandes produções. Nós que puxamos para um lado da raiz estamos enfrentando um desafio para reconquistar o público jovem” diz Rita de Cássia, porta-voz do trio “Pé de Moleque” que toca nas palhoças do Parque do Povo há mais de  14 anos.

Não muito distante dali, próximo ao palco principal, o cenário muda completamente. Talvez confirmando o que foi dito por D. Rita, a maioria do público jovem se encontra lá, esperando a grande atração da noite:  o cantor Gabriel Diniz, conhecido pelo seu “forró ostentação” e uma levada eletrônica inconfundível. Para Hebert Iury 23 anos, geógrafo e ouvinte de Gabriel, o panorama que temos hoje da festa é misto: “As raízes, dentro do Parque do Povo, permanecem presente nas palhoças, o que é bem importante, só que esses outros estilos mais pops são interessantes, pois atingem um público mais novo que é a grande massa do evento”, diz.

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Em entrevista ao Repórter Junino, “GD” fala sobre o forró estilizado.

Para o “GD” , como é mais conhecido a atração principal da noite, o forró mudou bastante e esse novo swing do ritmo é muito prazeroso: “ O forró evoluiu tanto que virou um novo ritmo nordestino maravilhoso , inclusive eu gosto muito dessa batida atual e me alegro em ser peça chave disso.” Contudo,  para ele, apesar desse novo estilo o regionalismo não se perde:  “A gente é nordestino, a gente é paraibano e o que a gente estiver fazendo  vai ser regional e vai ser novo, então a música se atualiza, a música se evolui, mas, como é a gente que tá fazendo isso, ela acaba sendo regional e atual também”, finalizou.

 

Apesar dessa dicotomia entre o antigo e o novo, o que se tem certeza é que aquele que frequentar o Parque do Povo, nesse período, encontrará  os dois estilos lado a lado e não só poderá apreciar os trios de forró com sua carga de historicidade e essência junina, mas também poderá conhecer o que é produzido hoje com uma nova visão e perspectiva.

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