Parque do povo se rende ao encanto e beleza da voz feminina e paraibana no São João
Na noite de ontem (9), no palco principal se apresentaram as cantoras Eloísa Olinto, Lara Amélia e Sandra Belê, que além do gosto pelo forró tem em comum o fato de serem paraibanas. Elas mostraram seus shows, cada uma de forma diferente e atraente, dando assim um toque delicado, sem deixar de ser forte, demonstrando personalidades distintas, porém, carregando o DNA da autêntica música nordestina. Nesse quesito podemos destacar a cantora Marinês, que sempre esteve a frente do seu tempo e é referência para a nova geração.
Quem iniciou as apresentações foi Sandra Belê, trazendo um forró tradicional e que fez o público não perder o compasso. Em entrevista ao Repórter Junino ela disse que para ser reconhecida no mercado da música, as mulheres tem enfrentado uma luta cultural que são situações despercebidas mas de alguma forma preconceituosas, e ainda acrescentou que fazer um show onde outras mulheres se apresentam no mesmo dia a deixa mais fortalecida.
A segunda apresentação da noite foi de Eloísa Olinto, que cantou sucessos já conhecidos do público e algumas músicas do CD que está lançando em homenagem a Rosil Cavalcante e Humberto Teixeira. Seu show contou também com a participação especial de Biliu de Campina. Para Eloisa o fato da cidade de Campina Grande ser reconhecida como “Capital do Forró” ainda deixa a desejar quando o assunto é a participação feminina. para ela, faltam mulheres representando o forró, e que os novos talentos descobertos em programas de TV devem resgatar a cultura nordestina que também é muito importante. Por fim, ressaltou a felicidade de dividir o palco com outras mulheres.
A noite foi encerrada com o show de Lara Amélia. Esta tem sangue forrozeiro na veia. A cantora é filha de Flávio José, nome forte da música nordestina. A apresentação dela foi marcada pelo estilo de forro jovem, mas que não deixa ninguém parado.
A professora Kalina Couto, expectadora que assistia aos shows, relatou sua opinião em relação a participação feminina no cenário da música nordestina, falando que a mulher atualmente é vista como objeto de desejo e que a maioria pensa em ser dançarina. Ainda destacou a força feminina como um item importante para as mulheres paraibanas e ter no palco principal uma composição só de mulheres lhe deixa enaltecida.
Já Elizabeth Gusmão, que é dona de uma barraca de comidas e bebidas no Parque do Povo, disse que embora o espaço maior seja o masculino, aos poucos a mulher vem conquistando seu lugar no cenário musical.