O mundo paralelo de diversão fora do Parque do Povo

Campina Grande, 15 de junho de 2015  ·  Escrito por Rafael Gonçalves  ·  Editado por Ivan A. Costa  ·  Fotos de Ivan A. Costa

_DSC0423Se formos tentar comparar os olhos dos pequenos e as multicoloridas luzes dos brinquedos, difícil é chegar a uma conclusão de quem brilha mais. Na leveza da inocência, é um mundo de impossibilidades totalmente possíveis. Porque estar nas alturas é totalmente aceitável, desafiar as leis de gravidade faz parte da brincadeira, ver o mundo em voltas circulares, girando, contempla a mágica da coisa. Os parquinhos de diversão conseguem unir o horizonte da imaginação com o além das lembranças do tempo de criança, sendo integrante indispensável das tradicionais festas interioranas.

Pollyana Miranda, Jennithon  Martins, Larryssy Maria e Jennefer Miranda passeiam juntos no parque.Nos passeios em família, as lembranças do tempo de criança sempre vêm a memória da administradora Pollyana Miranda, quando leva as filhas, Larryssy Maria, de 10 anos, e Jennefer Miranda, de 7, ao parque. “Para mim, é uma tradição. Sempre que o parque chega, eu trago elas para cá. Tenho o momento com meu marido no Parque do Povo e, reservo o momento para com elas, aqui.”, conta. Entre a disputa por um brinquedo e outro, onde a mãe se diverte até mais que as filhas, Larryssy não esconde a ansiedade: “Eu gosto de me divertir muito aqui. Eu vou brincar na cobrinha, no samba, no carrinho de bate-bate, em todos. Eu fico muito ansiosa esperando para estar aqui.”, revela, totalmente encantada olhando os brinquedos em movimento.

O papel incorporado por Dona Maria Almeida, de 65 anos, há 30 anos atrás com os filhos, retorna como um bilhete premiado. Sempre que possível, ela traz os netos para os tradicionais parquinhos.

Numa felicidade compartilhada, observa o pequeno Artur Torres envolvido na alegria de desbravar o universo no Castelo do Mickey. Para ela, além do ambiente de lazer e distração, a convivência com as outras pessoas é salutar para os pequenos. “Eu acho que todo mundo deveria trazer suas crianças, porque encontramos aqui companheirismo, coleguismo e isso é importante. É uma cultura maravilhosa, porque o contato com outras crianças faz eles entenderem que o mundo não é só deles.”

Na década de 90, a cidade cenográfica construída no Quartel General, no Parque do Povo, dividia espaço com o encanto dos parquinhos de diversão. Entre a simplicade das construções simplórias da época, lá estavam, principalmente, os carrosséis, pula-pula, carrinhos de bate-bate e roda-gigante. As crianças faziam sua festa paralela naquela área destinada a eles. Com o tempo e a expansão da festa, o parque teve de ser relocado, sendo assim uma peça a parte ao cenário junino.

Mesmo diante dessas circunstâncias, as crianças e os mais crescidos, não ficaram órfãos desta opção de lazer. Quem passa pela avenida Floriano Peixoto, no centro, logo nota os grandes maquinários da diversão: o Nacional Center Park permanece firme ao lado do Teatro Municipal Severino Cabral, mesmo diante da montanha-russa de adversidades, que não conseguem desestimular os responsáveis pela organização. O parque pertence ao seu Severino Martins e emprega mais de 30 pessoas, distribuídas nas áreas de manutenção, operação, comércio e administração. No momento da reportagem, o proprietário tinha ido tirar um momento de descanso da longa jornada de trabalho.

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Dividindo a atenção com a nossa equipe e os clientes que chegavam para comprar ingressos, quem conversou conosco foi o Artur Adolfo, profissional no ramo há mais de 15 anos. Perguntado sobre o maior prazer de trabalhar na área, ele conta que poder ver as pessoas felizes e se divertindo é a maior recompensa. Segundo ele, a crise financeira fez com que a frequência do público diminuísse, mas existe a esperança de acertarem o tiro ao alvo e, na noite de São João, muitas pessoas comparecerem ao local.

Por entre montanhas metálicas, burrinhos coloridos correndo em círculos e mini-automóveis, prevalece o contentamento em viver boas histórias num ambiente onde a única brincadeira inaceitável é ficar triste.

 

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