Foi realizada neste sábado (20), na cidade de Sumé, cariri paraibano, a Quadrilha dos Carregados, que animou todos os presentes no Arraial Zé Marcolino com um trio de forró pé de serra e o puxador Wanderley Paulo.
Segundo Fernando Sousa, um dos criadores e organizadores da quadrilha, a ideia de criá-la surgiu em 2013, nos bares da praça central da cidade, Praça José Américo, quando uma quadrilha passou por eles se apresentando. “Eu, Silas, Diego Xinica e Alan do Gado, ao vermos aquilo, tivemos a ideia de fazer uma quadrilha, porém diferente de todas as outras. Uma quadrilha que não precisasse de ensaio e que o povo não precisasse alugar roupa para ir. Ou seja, uma quadrilha carregada de verdade”.
A divulgação do evento foi feita com uma vinheta num carro de som, pelas redes sociais e também com camisetas ganhas como patrocínio do Deputado Estadual da Paraíba Caio Roberto. As inscrições para participar foram realizadas de 1º a 19 de junho com os organizadores e o valor cobrado foi de R$5,00 por casal, destinado apenas para pagar as despesas.
De início, 117 casais se inscreveram, mas devido o tamanho do local, apenas 80 poderiam participar, os primeiros que pagassem. No entanto, o que se viu no momento da quadrilha foi uma enxurrada de casais animados, que chegavam cada vez mais e de todos os lados. Dessa forma, para manter a alegria e o fogo do São João, a organização optou por permitir a participação de todos e então foi preciso fazer duas quadrilhas, uma ao lado da outra.
Com um pouco de bagunça e animação sobrando, a quadrilha que, junto com outras, está inovando no cariri com sua proposta diferente também manteve tradições: o trio de forró pé de serra, o puxador para conduzir e os passos tradicionais estavam presentes. Os casais tiraram o pé do chão do arraial e dançaram o tempo todo, divertindo até os espectadores presentes.
Sobre a frase que virou lema da quadrilha e que é repetida incessantemente, “‘Tamo’ rico. Traga o bar”, Fernando diz: “Quem bebe sabe que todo bêbado fica rico. E em uma de nossas idas aos bares, um de nossos amigos, que já estava um pouco embriagado, estava pedindo coisas demais, muitos tira-gostos, sem perguntar preço nem nada. Então outro rapaz que estava conosco disse para ele ir com calma, pois senão a conta ficaria alta demais. Daí ele rasgou: ‘Home, noi tamo rico. Traga o bar!’”.
Como o consumo de bebida alcoólica durante a quadrilha foi grande, algo presente desde o primeiro ano, o puxador alertou algumas vezes sobre a importância de beber e não dirigir.
Um fato interessante sobre essa quadrilha é que ela possui uma “veia social”: além de proporcionar alegria aos que dançam, ela também propõe ajudar quem precisa. “Com o crescimento da quadrilha, nós vimos que podíamos nos utilizar dela para proporcionar o bem a alguém. Então ganhamos algumas camisas para divulgação e estamos trocando-as por 2 kg de alimento não perecível, que serão doados para o Abrigo dos Idosos Rosália Paulino”, esclareceu a organização.
O que se pode ver na Quadrilha dos Carregados 2015 foi diversão do início ao fim. Em seu terceiro ano consecutivo, ela já está virando tradição no cariri; várias pessoas das cidades circunvizinhas, como Monteiro e Serra Branca também se fizeram presentes nesta festa. “Nós, ao criarmos a quadrilha, jamais imaginamos que ela chegaria ao que é hoje. Pensávamos apenas em um momento de diversão para o pessoal do nosso ciclo de amizade, mas aí ela foi crescendo e nós esperamos que ela cresça cada vez mais. E com o apoio da Secretaria de Cultura de Sumé, poderemos receber todos aqueles desejarem se divertir conosco”, afirmou Fernando.