Expressão artística típica do Nordeste, até o início do século passado, o cordel era utilizado como o jornal da região, criando e recriando histórias, versando sobre acontecimentos, e difundindo a informação através dos trovadores nordestinos que declamavam nas praças.
O cordel guiou diversos poetas, entre eles, o jornalista Rafael Melo (24). Desde muito pequeno, morando no distrito campinense de São José da Mata, ele ouvia poetas populares e até familiares recitando versos de poemas cujos autores muitas vezes nem sabiam apontar, mas entendiam que se tratavam de construções poéticas ricas, escritas por pessoas comuns.
Deste período em diante ele passou a admirar o cordel e sua forma de suavizar a vida do homem nordestino e pobre. Aos cinco anos de idade, ele começou declamando poemas de artistas já consagrados, e aos sete anos já escrevia, não tendo parado até os dias atuais.
Sua inspiração veio através de poetas como Zé Laurentino, Amazan e Manoel Monteiro. Rafael publica geralmente seus trabalhos em literatura de cordel, tendo centenas de poemas menores nos quais deseja sistematizar para publicação em um livro. Os temas são quase sempre muito instantâneos.
Alguns de seus poemas mais conhecidos são: Ó Campina Sesquicentenária, O poder da gratidão, Que fosse simples. O poeta pretende fazer em São José da Mata um espaço dedicado a poesia, com cordéis e livros que irão servir de estudo para crianças e adolescentes, juntamente com uma feira literária de cordel.
“Durante a produção do cordel, me encanta a observação. Mais do que escrever, gosto de observar as pessoas, as coisas, os lugares e gosto de pensar no público receptor da poesia, na reação de cada um quando durante a declamação de um poema. Eu adoro observar a natureza, e descrever situações, fazer trocadilhos com as palavras e eternizar momentos”, diz Rafael.