As tradições fazem parte das comemorações do mês de junho, marcado pelas fogueiras, que antigamente serviam como centro para as conhecidas quadrilhas juninas. Entretanto tais manifestações vêm se adaptando de acordo com o desenvolvimento cultural, seja pela estilização das roupas e alegorias usadas nas apresentações, seja pela localização. Atualmente, em Campina Grande, o grande palco para este espetáculo é o Parque do Povo (PP).
Essas agremiações têm uma importância muito grande no São João de Campina Grande. São verdadeiras representantes das festividades que acontecem neste período e, dentre as quadrilhas mais conhecidas na cidade, temos a Moleka 100 Vergonha ou, como alguns integrantes carinhosamente a chamam, Junina Moleka, que este ano completa 15 anos de atividades.
O início
A quadrilha foi fundada em fevereiro de 2000 por um grupo de amigos do bairro das Malvinas. Atualmente, a Moleka possui em torno de 200 membros distribuídos entre dançarinos, músicos, pessoas trabalhando na produção e atores que, em meio às apresentações, entram em cena contando toda a história temática da quadrilha. Tema este que é decido um mês após as apresentações de junho, sendo praticamente um ano de engajamento e elaboração da quadrilha.Os ensaios são duas vezes por semana e, aproximando-se das apresentações, esse ritmo aumenta para ensaios diários.
O grupo cresceu e foi se desenvolvendo com o apoio da comunidade, de empresas e entidades governamentais que ofereceram condições para que o grupo montasse a sua estrutura e pudesse dar continuidade a suas atividades. Com o lema “Fomos Feitos pra Dançar”, a quadrilha busca sempre resgatar a cultura popular e abrilhantar com alegria e entusiasmo o São João e as demais festividades dos municípios e regiões por onde passam.
Os quadrilheiros contam com uma equipe de costureiras experientes, comandadas por Dona Tânia. Seu figurino é feito baseado em pesquisas relacionadas ao tema abordado no ano. São meses de intensa pesquisa para que nada saia do contexto.
A Junina também fortalece os vínculos familiares de seus dançarinos e daqueles que a acompanham. O envolvimento é muito grande, e eles se tratam como família, com carinho, compreensão e respeito. É assim que essa “grande família” conquista espaços, tanto em pódios quanto nos corações de quem vive e sente a Moleka 100 Vergonha.
A quadrilha ganha sede própria
No ano de 2011, a Moleka teve sua sede construída, o que foi de tamanha importância para que o grupo obtivesse ótimo desempenho, tornando-se, segundo eles, umas das melhores e mais conhecidas quadrilhas juninas no Brasil. A quadrilha já conta com diversos e importantes títulos, entre eles: 5ª colocação na Rede Globo Nordeste em 2006, segundo lugar em 2007 na mesma competição, campeã da etapa Agreste do Paraibano em 2009, vice-campeã do Iguatu Festeiro no Ceará em 2010, campeã do Festival de Atalaia no Alagoas em 2012, e em 2013 campeã paraibana e segundo lugar no festival campinense. Estes são apenas alguns dos títulos que destacam a quadrilha Moleka 100 Vergonha como uma das melhores do Nordeste.
O tema deste ano é “Sete pecados capitais” e a quadrilha já começou com o pé na frente, ficando em primeiro lugar na competição das Estrelas Juninas na Pirâmide do Parque do Povo, nas três categorias concorrentes: Casal Junino, Casal de Noivos e Rainha do São João. Na mesma semana, levou o segundo lugar do VIII Festival de Quadrilhas Juninas – Etapas Campina Grande e Agreste, que objetiva selecionar as três agremiações que vão representar a região no XIV Concurso de Quadrilhas Juninas da Paraíba, “Paraíba Junino 2015”.
Confira abaixo alguns momentos da Moleka 100 Vergonha em 2015:
EQUIPE DE REPORTAGEM
Texto: Nilmara Bezerra e Karollina Oliveira
Edição: Lucas Batista
Fotos: Pedro Borges e Yasmin Alencar
Colaboração: Dalisson Markel
Edição final: Anthony Souza