Primeira vez no parque do povo, paraibano chama atenção com visual

Campina Grande, 25 de junho de 2015  ·  Escrito por Tamyres Dysa  ·  Editado por Ivan A. Costa  ·  Fotos de Ivan A. Costa

O Parque do Povo recebe uma variedade de figurinos muito grande anualmente. Geralmente, as roupas exóticas que frequentam o Maior São João do Mundo vêm em grande maioria dos turistas, que gostam de apresentar suas identidades próprias ao estado ou encorporam o espirito junino e se fantasiam caracteristicamente com as peças da festa. O mais interessante é quando o paraibano, e sem medo de inovar, monta sua mistura e mergulha de cabeça no evento.

Qual é a reação das pessoas se alguém vai à uma festa com uma roupa oposta a temática da festividade? A princípio, predomina do olhar curioso, e depois as opiniões diversas. Fugindo do tradicional chapéu de palha, Marcello Augusto fez exatamente isso, e fez justamente no Maior São João do Mundo.

Dentro das características de um metrossexual, não é a primeira vez que Marcello customiza as próprias roupas e monta os acessórios e maquiagens. “Gosto de criar, principalmente se o local merece, e o São João de Campina mereceu”, diz ele. Usando penas de diversas aves na cabeça, um traço horizontal de tinta vermelha atravessando a face, suéter xadrez de mangas longas, calça preta e sapatilha de couro, Marcello estreou no São João de Campina Grande sem medo algum de causar a sensação estranha nas pessoas de verem alguém meio índio/moderno em uma festa junina.

Pessoas de todas as idades e estilos encaravam a maneira que ele se apresentou no Parque do Povo. Por remeter um pouco a acessórios indígenas, a grande maioria acabava olhando com ar interrogativo. Sobre essa necessidade de mudar, ele diz: “já tive vários estilos de cabelos e de visuais também. Meu cabelo já foi de abaixo do ombro à militar e também já o deixei colorido”.  

             

Passe o indicador do mouse na imagem ao lado e confira mais detalhes sobre o look.

 

 

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Nascido na Paraíba, mas criado desde os dois anos de idade em Fortaleza-CE, Marcello Augusto conta que os retornos a Campina, durante toda a sua vida, eram resumidos apenas em passar o natal e ano novo para visitar os familiares. Nunca tendo conhecido de fato a cultura e as atratividades da cidade como conhecera agora. (8)

Por consequência desse distanciamento, Marcello acabou adquirindo costumes diferentes da sua naturalidade, como por exemplo o sotaque, o desconhecimento de certos hábitos dos paraibanos e até mesmo o espírito junino. Foram muitos anos convivendo com uma rotina diferente em Fortaleza e seu retorno de morada à cidade onde nasceu é considerado oficial, por ele, apenas agora, aos vinte anos de idade.

Um retorno mais que especial, pisar pela primeira vez na festa de maior amplitude da Paraíba, merece uma produção especial. Os planos iniciais de Marcello eram de prestigiar em grande estilo o show do cantor Zé Ramalho, pois o admira por sua obra e musicalidade. Após o cancelamento da apresentação, Marcello quase perdeu o estímulo da produção do look, até perceber que esse ano, de uma forma ou de outra, seria sua primeira vez no Maior São João do Mundo. E isso merecia ser mais que especial. Então, a visita foi remarcada para a véspera do dia do Santo do Carneirinho, nada mais justo para o jovem do que prestigiar agora a cantora Elba Ramalho, e sendo assim, tudo fica resolvido em família.

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Prestigiou as quadrilhas que estavam se apresentando antes do show, tirou fotos com dançarinas, degustou co_DSC0545midas típicas, visitou lugares alternativos como o bar do Tenebra e conheceu pessoas que estavam ali pela primeira vez, assim como ele. “As pessoas estavam me olhando de uma maneira muito torta como se eu fosse de outro mundo, acho que eu não estava tão estranho assim. Mas não fiquei incomodado com isso, foi super tranquilo”. Turistas do Rio e São Paulo elogiaram o acessório da cabeça de Marcello e pediram até pra posarem para fotos com ele. Ele classificou a apresentação de Elba como incrível e de uma energia muito boa. Além de tudo houve a satisfação de ouvir a música “chão de giz” na voz dela, que o levou a remeter uma lembrança das músicas cantadas pelo seu ídolo Zé Ramalho e tornou o show mais incrível ainda.

Marcello conta que gostou muito de algumas características do parque do povo, como por exemplo: as cores, a harmonia do local que o transmitiu uma ambiência totalmente familiar, os sons e principalmente as comidas, que segundo ele também apresenta cores harmônicas e possuem um tempero saboroso. Para ele, todo o conjunto da festa junina é algo totalmente diferente as festas onde frequenta, onde é predominante as luzes, Dj’s e carregavam um tema de “gandaia” e “fuá”. “Achei lindo os vestidos que as meninas da quadrilha usavam. Tudo rodadinho e a forma como eles balançam os tornam cheios de vida e alegria” diz ele. _DSC0557 O ritmo do forró predominou durante todo o show, porém para o visitante a dança transmitiu diversas tipologias de entrega. “Vi muita gente dançando, um ambiente muito alegre. Algumas pessoas dançavam um forró muito engraçado a ponto de me render gargalhadas, mas vi também o forró sensual e vi alguns com mais carinho de rosto colado” disse.

No decorrer da noite tudo aparentou o misto de sensações, e não só para o estreante do parque do povo, mas para quem é visitante de carteirinha que o encontrou ali, montado no seu look customizado. A ousadia de visuais deverá continuar, pois sobre sua primeira imagem apresentada no parque do povo, Marcello finaliza dizendo que “na verdade o ambiente do São João não me fez ligar pra os olhares alheios e eu gosto disso tudo”.

Confira essas e mais fotos no slide abaixo:

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