O segundo dia do folkcom (02/06) contou com debates produtivos a respeito da cultura popular em ligação com a sétima arte de forma interativa. Com sala lotada, a oficina de roteiro para documentário no contexto da folkcomunicação teve como ministrante Kleyton Canuto que é mestre em estudos da mídia e doutorando no mesmo Programa e tem uma vasta experiência com o audiovisual, sendo um grande defensor e produtor de cinema paraibano.
Muitos alunos possuem em mente a vontade de escrever argumentos que tornem-se produções futuras, mas inúmeras vezes contam com dúvidas técnicas, insegurança e inexperiência que podem desmotivar sua criatividade.O folkcom abriu um viés de incentivo para esses alunos com a oficina realizada na manhã de ontem, na central de aulas da UEPB, trazendo assim a oportunidade de diálogo entre os participantes e o ministrante. “O audiovisual desponta como uma boa alternativa de discurso dos sujeitos comunicantes no contexto da comunicação. Nessa perspectiva acredito que o audiovisual tanto no formato de cinema como web documentário e suas diferentes maneiras de se expressar, acaba sendo um canal bem eficaz como uma forma também de preservação as tradições, além de ser um bom portal de voz ativa,” disse Kleyton em defesa da importância do audiovisual no contexto da folkcomunicação.
Os alunos da oficina tiveram a oportunidade de assistir a exibição do filme documentário “Malha” do diretor Paulo Roberto e “Passadouro” de Torquato Joel, deixando em aberto para discutir as interpretações dos participantes, que segundo Kleyton passam a redimensionar o olhar no contexto da comunicação e na realidade que muitas vezes são tendenciadas pela questão do mercado, o que para o mesmo faz do evento folkcom algo fundamental para aprimorar essa bagagem.
A produção independente no contexto cinematográfico e a realidade do cinema brasileiro foi um dos pontos abordados por Kleyton que por sua vez dissertou sobre o valor das produções nacionais, com primazia nas produções paraibanas onde já carregam grandes premiações em festivais nacionais e internacionais, frisando sempre a grande importância de continuar com essa demanda e assim abrir portas para que cada cultura tenha a oportunidade de realizar produções audiovisuais. Em aproveitamento ao debate, também foi mencionado a questão das leis de incentivo que muitos desconhecem, contando com editais e laboratórios a exemplo do projeto Jabre que abre oportunidade para jovens roteiristas paraibanos aprenderem as técnicas de produção de roteiro e exercitem o olhar com discursões abertas sobre obras exibidas nesse treinamento. Um de seus principais objetivos é o de conseguir transformar simples argumentos em nobres roteiros e realizar grandes sonhos.
Kleyton demonstrou uma preocupação em conseguir empolgar os alunos da oficina, que por sua vez quase ultrapassam o horário no debate, e ao mesmo tempo uma satisfação em ter sido escolhido para ministrante. “Eu vi o folkcom nascer e pra mim essa experiência é uma realização bacana por ter acompanhado o projeto como aluno e hoje estou como oficineiro. Fico muito feliz por receber essa missão por ter um carinho muito grande pela instituição […] Tive vontade de estender muito mais a oficina. Isso me realiza como professor e pesquisador,” pontua.
Reportagem: Tamyres Dysa e Maria Eduarda
Fotos: Tamyres Dysa