Midiatização e Empreendedorismo nas Quadrilhas Juninas viram tema de debate no Folkcom 2016

Campina Grande, 4 de junho de 2016  ·  Escrito por Roberto Gomes e Rafael Costa  ·  Editado por Emanuelle Carvalho  ·  Fotos de Rafael Costa

 

Último dia do Folkcom 2016 em Campina Grande

Laurindo Leal e Luiz Custódio no terceiro dia do Folkcom 2016 em Campina Grande

Com assunto bastante propício ao início dos festejos juninos em Campina Grande que este ano comemora a sua 33º edição, a segunda mesa do Seminário sobre Festejos Juninos no Contexto da Folkcomunicação e da Cultura Popular (FOLKCOM) trouxe o tema “Empreendedorismo, profissionalização e Midiatização das Quadrilhas Juninas”, mediada pela professora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Luciellen Souza.

Tendo a participação da secretaria de Desenvolvimento de Campina Grande, Catharine Bento Brasil; Jô Mazarolo da Globo Nordeste; a pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Juliana Hermenegildo; o presidente da Associação de Quadrilhas Juninas de Campina Grande (ASQUAJU-CG), Lima Filho; os pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Osvaldo Trigueiro e Severino Lucena e da estudante de mestrado da UFPB, Skarllety Fernandes.

Com um vídeo institucional sobre as quadrilhas Pernambucanas, exibido pela Jô Mazarolo, da Globo Nordeste, a mesa deu início ao debate falando sobre a identidade de cada lugar no período junino, e como as quadrilhas de Campina Grande é a identidade da cidade, não é a toa, a cidade conta com algumas das melhores quadrilhas do Nordeste.

Juliana Hermenegildo (UFRN), pesquisa sobre as quadrilhas de Fortaleza- CE, e ainda afirma que assim como em Campina Grande, a briga é ferrenha na escolha da melhor. Teve também momento de emoção quando o Lima Filho chorou ao falar que sabe e vive a difícil vida de alguém que adere a esse movimento e ainda afirma: “Os quadrilheiros não querem ser chamados de estilizado ou matuta, é quadrilha espetáculo”. E diz que a ASQUAJU, todo primeiro sábado de cada mês realiza o Quadrilhando, projeto feito para ajudar as quadrilhas juninas da cidade, destinando 10% do que é arrecadado para os dançarinos que acontece no SESI, localizado no bairro do Catolé em Campina Grande.

As dificuldades encontradas pelas quadrilhas juninas são comuns, seja ela de onde for, muitas vezes tirando de seu próprio bolso, investem em seus componentes, e o espirito empreendedor toma conta dos quadrilheiros, em umas das suas falas o pesquisador, Severino Lucena (UFPB), diz que todas as quadrilhas seguem um processo de empreendedorismo que são: imaginar, ter determinação, organização, habilidades de liderar pessoas e habilidade de conhecer os meios técnicos. Essas habilidades podem ser observadas na forma que fazem para arrecadar dinheiro, como por exemplo, vendas de rifas, bingos, kits, feijoadas e na procura de patrocinadores e também por intermédio das redes sociais, na divulgação de seus trabalhos e conquistas. Para encerrar o Lima Filho fala que o mais importante desse trabalho é a alegria de poder fazer aquilo que gosta. “Além de tudo o que importa é a alegria e o amor pelo o que faz, isso é o que motiva os quadrilheiros”, finalizou.

Comentários