Na infância, Rangel costumava ajudar sua mãe Dona Neide na cozinha. No entanto, muitas vezes ficava entretido com a leitura e deixava a comida queimar. Quando ia buscar leite no Sítio Boa Ventura, todas as manhãs, percorria seis quilômetros a pé cantando músicas. A brincadeira de menino ocupava os pensamentos e contribuía muito para a formação do artista. Mais tarde, aprendeu a tocar piano com a Tia Beatriz. Animava as missas na Igreja de Juazeirinho e participava na percussão da Banda marcial nos desfiles cívicos de sete de setembro.
Como compositor Rangel Júnior produziu várias letras que foram gravadas por cantores como Capilé, Luizinho Calixto, Flávio Baião, Ton Oliveira e Santanna, que gravou a música. Florbela, canção que fala de um amor que está longe e perto ao mesmo tempo. Suas músicas são verdadeiras crônicas da vida, relatam o cotidiano, histórias de amor e elementos comuns a nossa região. Segundo ele, as ideias vão surgindo e de uma simples frase ou poema ele cria uma música. Foi o caso da música bandeirinha de São João, ele estava na rua e ao mexer em sua pasta encontrou um livro com um poema de Edmundo Gaudêncio e transformou esse poema numa música.
A discografia de Rangel já conta com três CDs e uma coletânea, todos gravados com produção independente. “Dentre “os sucessos do cantor destacam-se “Volta pra mim”,” Só de escutar a tua voz”, “Do céu ao paraíso” e “Pra curar um coração”. No disco Nordestino Cantador ele passeia pelo forró, xote, chorinho, galope, samba e coco. Trata-se de uma produção bem eclética que mantém qualidade musical.
Rangel também criou trilhas sonoras para cinema, teatro e TV. O artista musicou a peça “Charivari” da dramaturga Lourdes Ramalho, o seriado “Pra você eu digo sim” para a TV Itararé e, recentemente, compôs a música “Desejo” para o filme “Tudo que Deus criou”, longa metragem do cineasta paraibano André da Costa Pinto. Ele também escreve cordéis e já publicou “O homem que amarelou de tanto amar” e “O martelo operário”.
Na música “Madeira de Lei”, Rangel revela a paixão por suas origens e deixa clara a missão de divulgar a cultura nordestina através da sua música. Além disso, ainda participa do Projeto Autoral que tem motivado muitos compositores paraibanos e colocando nossa música em destaque por todo o nordeste.
Rangel sente-se realizado pelas suas conquistas. Além de artista ele é psicólogo-mestre em educação pela Universidade Federal do Ceará doutorando em educação Universidade Estadual do Rio de Janeiro professor na Universidade Estadual da Paraíba e levou a música até mesmo para sua tese de doutorado. Entre a academia e a música ele ainda encontra tempo para se dedicar à família. O filho mais velho do cantor, Taiguara Rangel, fez uma canção em parceria com o pai chamada “Enquanto a conta não vem”.
Edição: Manassés Xavier
Foto: Emanuel Messias