Sítio São João: “museu a céu aberto”

Campina Grande, 15 de junho de 2010

 

O Sítio São João é uma das atrações do “maior São João do mundo” que desde 1996 tenta resgatar elementos da cultura nordestina esquecidos, de uma forma ou de outra, pelas novas gerações. Entre os objetos e composição do cenário encontram-se câmera lambe-lambe, engenho de cana-de-açúcar e casa de farinha que já não são encontrados facilmente nem mesmo nas cidades do interior, que podem ser vistos nesta espécie de “museu a céu aberto”.

 

O Sítio funciona durante o período junino e este ano, desde a sua abertura no dia 10 de junho, já recebeu cerca de 18 mil visitantes. Isabel Pontes, campinense que costuma ir ao Sítio todos os anos, afirma que ele funcionava como um museu, quando se situava próximo ao centro, mas hoje se transformou numa espécie de parque de diversões com vários espaços para toda a família, inclusive crianças.

 

Para João Dantas, idealizador e coordenador do Sítio, não se pode falar do São João de Campina Grande sem citar o Sítio São João. “Isto aqui não tem dono. É história, cultura, resgate”. O Sítio tem a proposta de condensar toda a história do Brasil, conforme João Dantas, e “está ligado de forma indissociável às culturas indígena, negra e ibérica, tentando manifestar a diversidade de línguas e cores do país”.

 

O professor de farmácia, Túlio Arruda, destaca que o Sítio São João é um resgate da cultura popular, com música mais autêntica e regional. “O Parque do Povo é para turista, porque tem atrações de renome e estrutura montada para quem vem de fora”. O Sítio São João se diferencia ao seguir uma tendência oposta a do Parque do Povo de receber atrações reconhecidas nacionalmente e que são contratadas para tocar nas diversas cidades do Nordeste. Com o forró pé-de-serra, o Sítio atrai pessoas que buscam a música mais autêntica, diferente do “forró de plástico”, como denomina Túlio Arruda.

 

Visitando pela primeira vez o Sítio São João, Ana Maria, moradora da cidade de Sousa (PB), acredita que a iniciativa resgata a história e faz com que a nova geração não esqueça a cultura que formou a Paraíba. “Tudo aqui é muito original. Lembro das bodegas, da igreja, da casa de farinha de minha infância”.A paraibana reconhece as diferenças entre o São João do Sítio e do Parque do Povo, mas acredita que cada um tem suas peculiaridades.

 

Patrícia Gomes, turismóloga da Prefeitura de Campina Grande, afirma que a construção da Cidade Cenográfica do Parque do Povo tenta relembrar aos campinenses e mostrar aos turistas a história da cidade. “Nesta gestão, houve um resgaste dos antigos nomes das ruas que foram colocados em placas nas ruas do Parque”. Tanto o Parque do Povo quanto o Sítio São João, através dos cenários da antiga Campina e da paisagem do interior do início do século XX, oferecem aos turistas um pouco da história dos festejos juninos e de seu contexto na região.

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