Folkcom começa com conferência e debates

Campina Grande, 9 de junho de 2011

Na manhã desta quinta-feira (9), no teatro Rosil Cavalcanti, foi dado o início ao evento do Folkcom, que em sua 8ª edição tem como foco os festejos juninos no contexto da Folkcomunicação e da cultura popular, abordando a temática da relação cultura e economia. O evento é promovido pelo Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.

A abertura foi iniciada com a apresentação do Coral ADECOM (Associação para o Desenvolvimento Comunitário dos Moradores do Sítio Convento Riachão de Bacamarte), que presenteou a platéia com verdadeiros “hinos” nordestinos como: Luar do Sertão, Ciranda da Rosa Vermelha e Asa Branca, regido pelo maestro Hélio Nunes. Logo após, a mesa foi composta pelo seus representantes. A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB, Marcionila Fernandes, prof.Dr. Luis Custódio da Silva e o prof.Dr. Joseph Straubhaar do Departamento de Rádio, Televisão e Cinema da Universidade do Texas (UT), campus de Austin, nos Estados Unidos e o chefe do Departamento de Comunicação Social, Orlando Ângelo.

Após a composição da mesa, quatro integrantes da quadrilha campeã do São João de Campina Grande, Muleka 100 Vergonha, entraram com as bandeiras do Brasil, Estados Unidos, Paraíba e Campina Grande. Nesse momento foi executado o Hino de Campina Grande, entrando em cena representações como a figura do índio, que é cantado na música. Para mostrar cordialidade, o hino norte-americano foi tocado ao som da guitarra e da sanfona, e em seguida o Hino Nacional, demonstrando o hibridismo que seria comentado por Joseph Straubhaar, no decorrer da palestra.

Passado todo o momento solene, a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba,  Marcionila Fernandes, ressaltou a importância do evento para o calendário da cidade e que tem como objetivo retratar nossas raizes. “A UEPB sente-se honrada pelo evento, que é a representação da festa cultural de nossa gente, festa essa que gera renda”, afirmou.

O Prof.Dr. Luis Custódio da Silva, destacou a importância da aproximação da cultura com a economia, no qual a cultura da massificação ja havia sido questionada na década de quarenta, por parte dos violeiros que permaneceram “intocáveis”” diante da indústria fonográfica.  Professores, alunos e pesquisadores estiveram presentes na abertura, conferência e mesa redonda da manhã.

O convidado especial do Folkcom, o professor Dr. Joseph Straubhaar, considerado um dos maiores pesquisadores da cultura latino-americana, abordou o papel da cultura popular, em especial os festejos juninos, que carrega em sua essência uma identidade individual e/ou coletiva muito forte, dando margem a um orgulho cultural, regional, encontrado no ufanismo. “As ‘raízes’ ajudam a manter essa identidade, como por exemplo a figura do boi-bumbá presente no Norte e Nordeste; o Olodum, deixando viva a cultura africana; a fogueira de São João, que antes era compreendida pelo simbolismo religioso, e que hoje para o entendimento comum simboliza apenas tradição”, disse o pesquisador.

Como já foi dito na matéria, o prof. Joseph Straubhaar falou sobre o hibridismo na cultura contemporânea, ficando mais evidente com as novas tecnologias e a ascensão do capitalismo, ou seja, uma salada de cultura. “Minha canção favorita na Argentina tem forte influência de ritmos brasileiros”, disse.

Para fechar de forma bem-humorada a abertura do evento, subiu ao palco do teatro Rosil Cavalcante o poeta Chico Pedrosa, para contar seus causos, fazendo a alegria do público presente. O 8ª Folkcom continua até amanhã com programação científica e cultural e conferência de abertura de Edney Silvestre da Rede Globo de Televisão.

 

Edição Fernando Firmino da Silva

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