Salão do Artesanato abre as portas da arte

Campina Grande, 10 de junho de 2011

Em um cenário de cultura e arte paraibanas, o 14° Salão de Artesanato da Paraíba foi aberto. No espaço serão apresentadas as produções de 3.400 artesãos, totalizando 5 mil peças expostas desde trabalhos manuais até a gastronomia. São esperadas mais de 100 mil pessoas para visitar o evento.

De acordo com Ladja Souza, gestora geral do evento, esse ano houve a preocupação de escolher um local estratégico para chamar atenção dos turistas que chegam em Campina Grande “Nós decidimos promover o Salão nesse espaço, por ser bem na entrada da cidade, e por ter mais visibilidade dos turistas, assim os artesãos podem vender mais”.

Este ano, a quantidade de dias para o Salão funcionar foi reduzida para 15 dias apenas. Os artesãos serão subdivididos em dois grupos para que ocorra um revezamento na participação do evento. “Os artesões não serão prejudicados pela redução, com essa dinâmica de revezamento ninguém sairá perdendo”, diz a gestora.

O Salão de Artesanato dá espaço a artesões vindos desde o litoral até o sertão do estado, nas mais variadas artes divididas em xilogravura, madeira, metal, fios, fibras, couro, pedra, osso e habilidades manuais. A coordenação do Salão afirmou que o sinônimo do artesanato paraibano é a diversidade, “aqui no salão você encontra produtos de decoração, brinquedos, renda, artigos em palha e couro, é arte pra todos os gostos” diz Maria José dos Santos, membro da equipe de coordenação.

Quem visitar o Salão de Artesanato no bairro do Catolé também poderá adquirir peças fabricadas pelos homenageados desse ano na mostra, o cordelista José Costa Leite, e o escultor em madeira Maritônio Souza Portela. “Fico feliz em receber essa homenagem que não só pertence a mim, mas sim a todos aqueles que se dedicam a arte de fazer uma arte” afirma Maritônio  que se dedica arte de esculpir na madeira. As obras do paraibano retratam anjos de inspiração barroca, que mostram a evolução de um artista que aprendeu o ofício sozinho, por meio da observação e da intuição.

Além de imagens religiosas, há também no repertório de Maritônio várias peças esculpidas em virtude das solicitações dos compradores. Assim surgem vaqueiros nordestinos, bandinhas de pífanos, tocheiros e figuras de anjos, numa mistura do regional com motivos religiosos.
Já as xilogravuras de José da Costa Leite, ilustram inúmeros folhetos seus e de outros poetas, e ganharam status de obra de arte ao ser convidado para trabalhar no cenário da novela “Cordel Encantado” transmitida pela Rede Globo.

Em seus cordéis, José da Costa Leite  faz versos sobre vários temas. Sendo o autor de clássicos como “A Carta misteriosa do Padre Cícero Romão Batista”, “O dicionário do amor e Os dez mandamentos”, o “Pai Nosso” e o “Credo dos cachaceiros”.

“Só tenho a agradecer pela homenagem prestada, isso é sinal de reconhecimento que nos motiva, a cada dia me apaixono mais pelo que faço”. A noite da abertura foi animada pela irreverência da música de Biliu de Campina acompanhada do batuque do Baixinho do Pandeiro.

Além do governador Ricardo Coutinho e da primeira dama do Estado, Pamela Bório e do vice-governador, Rômulo Gouveia, diversas outras autoridades prestigiaram a abertura do Salão do Artesanato.

Editado por Bruna Más

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