Repórter Junino conversa com Pinto do Acordeon

Campina Grande, 19 de junho de 2011

Paraibano de Conceição do Piancó, Francisco Ferreira Lima, é mais conhecido por  Pinto do Acordeon. Aos 63 anos de idade, o cantor, compositor e músico, possui uma carreira de sucesso marcada por grandes apresentações e inúmeras parcerias com outros nomes da música regional nordestina. Com uma sanfona, chapéu de couro e uma voz inconfundível, o artista, ao longo de sua carreira vem contribuindo para que o forró venha a ser cada vez mais apreciado. Pinto do Acordeon segue os passos de seu mestre e ídolo, Luiz Gonzaga, de quem recebeu uma sanfona branca e realizou várias apresentações. Ao Repórter Junino, o cantor fala de sua carreira, novos projetos e as dificuldades de manter a cultura de raiz nos tempos de “forró de plástico”.

Repórter Junino : Para o artista Pinto do Acordeon, qual a melhor definição para o forró?
Pinto do Acordeon : Para mim o forró é uma dança, uma música que me ajudou a criar meus seis filhos.  A palavra ela pode até ter a origem Inglesa, mas o ritmo vem da África. Assim  como o samba e outros ritmos que enriquecem o Brasil.

R J: Na sua opinião, qual a maior dificuldade que um artista que procura divulgar a cultura nordestina de raiz, encontra hoje?
Pinto do Acordeon : As rádios deveriam divulgar mais músicas do forró autêntico de raiz . Em outros estados, por exemplo Bahia, onde estive recentemente, pude perceber que as rádios tocavam músicas apenas daquela região. Falta um envolvimento das rádios em divulgar a cultura

R J : Com tanto tempo de carreira e muitos sucessos gravados e regravados por outros artistas, qual é a música que não pode faltar em suas apresentações?
Pinto do Acordeon : Neném Mulher, que é uma música de minha autoria e que foi tema da novela Tiêta,  que foi exibida pela Rede Globo em 1989. Eu sempre canto essa música.

R J : Diante de toda a polêmica acerca do chamado “Forró de Plástico”, como o senhor avalia essa questão?
Pinto do Acordeon : Aqui na Paraíba tem muita gente boa que precisa e merece ser divulgada. Ai vem o pessoal de outros estados, chega aqui e começa a cantar  “ÔÔÔÔ” fazem com que o jovem desconheça a sua própria cultura. Ai vem Luiz Gonzaga e diz: “ Quando a lama virou pedra e o mandacaru secou”, resgatando a história. Essa é a principal diferença da cultura.

R J : Quando o público poderá conferir o seu novo trabalho? Já existe algum projeto?
Pinto do Acordeon : Sim, estou preparando um novo CD para lançar o ano que vem.

Edição: Lidiane Neves

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