Repórter Junino é destaque em Mapeamento no Brasil

Campina Grande, 25 de junho de 2011

No ano em que o Projeto Repórter Junino completa sete anos de existência e se consolida como uma movimentada “redação junina”, nada melhor do que boas notícias para comemorar. O projeto foi apontado como um dos  exemplos de projetos laboratoriais do ensino do Jornalismo digital no Brasil, com destaque para os que estão há mais tempo na Rede, no livro “Mapeamento do Ensino do Jornalismo Digital no Brasil em 2010”, publicado pelo Rumos Itaú Cultural e organizado pelo professor da UFRGS, Alex Primo, um dos principais especialistas em cibercultura e autor do livro “Interação mediada por Computador”.

O estudo partiu de uma análise do perfil de 322 cursos de jornalismo do Brasil de instituições públicas e privadas constantes no Ministério da Educação – MEC, dentre as quais 56 estão no Nordeste, e buscava compreender como o jornalismo digital se enquadrava enquanto prática de ensino nesses cursos principalmente nos quesitos téorico e prático. Segundo o mapeamento, o Projeto Repórter Junino é um dos com maior tempo em atividade  na Rede no país com produção em jornalismo digital, como consta no documento: 

“Entre as páginas com produção laboratorial que estão há mais tempo na rede, merece destaque a do Repórter Junino. É um projeto do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), criado em 2005, para a cobertura em jornalismo digital da festa de São João, de Campina Grande, sede da Universidade, e de outras localidades da Região Nordeste, por meio de colaboração de alunos de diversas universidades. Desde então, mais de 500 estudantes de graduação envolveram-se na continuação do projeto. Idealizado pelos professores Fernando Firmino da Silva e Águeda Miranda Cabral, o site tem o objetivo de funcionar como um laboratório para a prática do jornalismo digital em condições reais de produção, aproximando os formandos do cotidiano de uma redação multimídia” (Mapeamento de Ensino de Jornalismo Digital no Brasil, 2010, p. 72).

A publicação é uma iniciativa do Rumos Itaú Cultural que realizou  um mapeamento de todos os projetos laboratoriais das faculdades privadas e públicas. Toda a produção envolveu oito professores de diversas universidades que durou oito meses até a publicação final. Neste levantamento, foram analisados as  novas ferramentas de trabalho, em especial o lançamento do iPad, o perfil do profissional, as redações on line, a explosão das redes sociais e as disciplinas teórico-prática ofertadas nas Universidades.

Reconhecimento
O reconhecimento do Projeto pelo tempo de existência, pela quantidade de alunos envolvidos e pela produção multimídia gerada sobre uma das maiores festas populares do Brasil, ratifica o papel do curso de jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB nos seus mais de 30 anos e do momento da Universidade de apoio às iniciativas inovadoras, como destaca o professor Fernando Firmino:

“A presença do Projeto Repórter Junino no Mapeamento de jornalismo digital do Itaú Cultural reforça a visibilidade e a importância do mesmo para a formação de centenas de futuros jornalistas na prática do jornalismo digital e, ao mesmo tempo, na vivência com a cultura na cobertura das festas juninas do Nordeste. Há sete anos estamos com esse trabalho de forma ininterrupta com o envolvimento de vários professores e, principalmente, dos alunos, os maiores beneficiados com essa experiência”, aponta o professor Fernando Firmino da Silva, idealizador do Projeto e um dos coordenadores da edição de 2011 ao lado do professor Arão de Azevedo.

Projeto movimenta Departamento
Todo início de ano o Projeto movimenta o Curso de Comunicação Social da UEPB com a seleção dos alunos que participarão da cobertura do São João. Este ano 105 alunos se candidataram para 50 vagas de repórteres, editores e fotógrafos. Depois da seleção mais 30 alunos se integraram à Rádio Web e mais 20 estão atuando como voluntários chegando a mais de 100 alunos no total envolvidos com as atividades em Campina Grande, Patos, João Pessoa, Santa Luzia, Cubati, Monteiro, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru (PE). Além da participação ativa dos alunos do curso, ao longo dos sete anos o Projeto teve a participação de estudantes de outras universidades do Nordeste como da FIP (Patos), Cesrei (Campina Grande), UERN (Mossoró), UESB (Vitória da Conquista – BA) e UFBA (Salvador – BA). Doze alunos da UFBA participaram no ano passado.

Em matéria anterior, a aluna Emmanuela Leite destacava a importância do Projeto em sua vida acadêmica: “O Repórter Junino, por ser um projeto que já é tradição no nosso Departamento, traz oportunidades para os estudantes trabalharem a teoria aliada à prática. Trabalhamos com atividades contínuas de elaboração de pautas, de saída a campo, de reportagens, feitas com um trabalho que visa à integração da equipe e que tenha qualidade. O aluno tem consciência que este é certamente um portfólio para ele. É um Projeto que tenho uma satisfação enorme em participar”, comentou.

Outra aluna que participou do Projeto durante três anos, Mary Landim, que atualmente trabalha como repórter da TV Verdes Mares (Afiliada Rede Globo no Ceará), ressaltou essa importância em entrevista à Roberta Lucena do Repórter Junino: “Acredito que a atuação no site que faz a cobertura de um dos maiores eventos do país, propicia aos estudantes a oportunidade de encarar situações que exigem uma boa desenvoltura. Aquele tão falado “jogo de cintura”, que é essencial para um bom jornalista em suas rotinas diárias. E lá na frente eles vão perceber o quão proveitoso é participar do Repórter Junino.”

Inovações e convergência
Para gerenciar a massa de textos, áudios, vídeos produzidos diariamente pela equipe espalhada no Parque do Povo, nos bairros e outras cidades, o Projeto adotou o conceito de “Redação em nuvem”, originado da computação e que se traduz no trabalho todo online, com visualização em tempo real do processo de produção por repórteres e editores que compartilham as matérias. Desta forma, o trabalho ocorre na cabine do Repórter Junino no Parque do Povo e de qualquer lugar ou dispositivo com acesso à internet.

O projeto Repórter Junino, em 2011, chegou a maturidade em termos de estratégias de gerenciamento dos conteúdos, de desenvolvimento da plataforma (a cargo de Gustavo Medeiros) e da implantação de novidades. Este ano estão em operação além do conteúdo multimídia, a Webtv Junina (coordenada por Giordani Matias) com coberturas originais da festa como ocorreu com o Troféu Gonzagão, abertura do São João, Expresso Forrozeiro, Salão do Artesanato, Folkcom e outras matérias que mostram a dimensão do evento. Da mesma forma, a Rádio Web (coordenada pela professora Goretti Sampaio) resgata o papel do rádio na era digital com o programa “Gente Nossa” com uma série de 12 programas com os artistas locais como Amazan, Biliu de Campina, Capilé, João Gonçalves, Coroné Grilo.

 

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