Sanfona: O som que reflete a cultura nordestina

Campina Grande, 4 de junho de 2013

Personagem dessa história o sanfoneiro Ivan Martins, nascido na cidade de Cruz do Espírito Santo, região metropolitana de João Pessoa, carrega até hoje o desejo de levar o forró a todos os cantos do mundo. Emocionado o músico falou do início do seu amor pelo instrumento. “Quando tinha dez anos vi uma sanfona de oito baixos numa loja e pedi a meu pai que comprasse pra mim. Ele me deu o presente e fui aprendendo sozinho. Com o tempo eu já achava que precisava de mais e foi aí que comecei a tocar a sanfona de vinte e quatro baixos. Desde esse período, nunca mais parei e espero tocar até os últimos dias de minha vida” – afirmou Ivan Martins. 

Não há como falar de São João e não lembrar de um instrumento que faz muito sucesso durante essa época do ano. Criada em 1827 por C. Buffet, a sanfona chegou ao Brasil entre os anos de 1836 e 1851 onde se tornou uma das maiores características da cultura nordestina. Regentes do forró, sanfona e sanfoneiro fazem a alegria de pessoas de todo o mundo durante os festejos juninos.

Atualmente o músico que já tem mais de 40 anos de carreira, reside na cidade de Sapé onde é figura ilustre. Ivan Martins já tocou ao lado de músicos como Benito de Paula e Dominguinhos e é considerado um dos maiores sanfoneiros paraibanos. Recentemente ele participou de um Festival em Lion na França, tocando para um grande público em uma das maiores universidades da região.

Para o sanfoneiro, o forró vem perdendo as características iniciais “não tenho preconceito com esse novo estilo de forró e também acho essa denominação de forró de plástico errada porque isso também é música, mas o jovem precisa aprender a essência do verdadeiro forró pé de serra. Penso que quando grandes nomes do forró morrerem como o mestre Dominguinhos a música perderá ainda mais sua característica”.

É pelas mãos de sanfoneiros como Ivan que a sanfona deixa um grande legado para a música brasileira e faz com que milhares de pessoas se apaixonem pelo autêntico forró em meio a uma mistura de ritmos. 

Edição: Roberta Lucena


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