Ritmo do xaxado insere deficientes ao São João

Campina Grande, 15 de junho de 2013

Superação e criatividade unidas a uma boa música popular nordestina. Essa foi à receita vista na noite desta sexta-feira (14) na Pirâmide Jackson do Pandeiro no Parque do Povo, onde a Associação Cultural para Pessoas com Deficiência realizou uma apresentação com a temática do xaxado.

Esse ritmo da dança típica do nordeste do Brasil, com raiz nos costumes do sertanejo local, originário das regiões do Pajeú e Moxotó no interior de Pernambuco, praticada no passado pelos cangaceiros da região, em celebração às suas vitórias e ainda com evidentes características extraídas da cultura indígena, foi o cenário para um show de força de vontade e motivação dos 18 componentes do número.

A associação foi fundada há 14 anos pelo professor de Educação Física e Dança, Gregson Amorim e atua há três anos como Ponto de Cultura do Serviço Social da Indústria (SESI), com sua sede no Clube do Trabalhador, localizado na Av. Pedro II, s/n. A instituição atende 20 pessoas, entre portadores de paralisia cerebral, Síndrome de Down, altistas e cadeirantes. Prestando atendimentos às quintas das 13h às 15h e nas sextas-feiras das 19h às 21h30, com oficinas de dança de salão, contemporânea e folclórica.

Membros da associação realizados após apresentação no PP.

Membros da associação realizados após apresentação no PP.

Gregson, coordenador da associação destacou, que os membros levaram um mês para o desenvolvimento da apresentação. “Eles são deficientes, mas muito eficientes”, enfatizou orgulhoso. O grupo já se apresentou em eventos, como o Encontro para Nova Consciência, Festival de Inverno de Campina Grande, encontros pedagógicos e em várias cidades circunvizinhas.

O cadeirante José Messias Neto, o “Netinho” como prefere ser chamado, contou que se sente realizado e valorizado durante esses momentos. Já Fátima da Silva, que também é cadeirante e participa da associação quase desde sua fundação, revelou que as apresentações servem como uma quebra de preconceito para algumas pessoas. “Somos capazes de ir além, diferente do que muitos pensam”, enfatizou a alegre senhora.

Para Danielle de Oliveira, sobrinha e acompanhante da Fátima, depois que a tia passou a participar da associação, sua comunicação melhorou muito, como também foi perceptível no aspecto físico e médico. “Ela antes ficava muito dentro de casa, hoje gosta de interagir com o pessoal. Costumava também reclamar de muitas dores nas costas, mas depois das aulas de dança, as reclamações foram diminuindo até desaparecer”, relatou.

Projetos como esse, são de grande relevância social e merecem a atenção e apoio de todos, pois além de valorizar aqueles que muitas vezes são excluídos pela sociedade, ainda mantém viva a tradição cultural.

A Associação Cultural para Pessoas com Deficiência se mantém financeiramente, através da parceria com o SESI e de um convênio com a Prefeitura Municipal de CG. A próxima apresentação confirmada acontece no dia 22 de junho na Vila do Artesão às 17h. A entrada é gratuita.

Imagem: Aline Lima.

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