Pavilhão do Milho: cardápio variado de comidas típicas para o PP
Ao longo dos anos de realização da festa de São João em Campina Grande, já houveram muitas críticas quanto ao fato da ausência de comidas típicas da época junina dentro do Parque do Povo, local onde é realizado “O Maior São João do Mundo”. Contudo, na edição de 2016, o público que for conferir de perto os festejos no “Quartel General do Forró” terá um vasto e diversificado cardápio com comida a base de milho e outros alimentos característicos dessa época do ano.
No ano de 2015, o jornal Folha de São Paulo apresentou uma reportagem que criticava a ausência de comidas típicas dentro do Parque do Povo e a troca dessas comidas tradicionais pelas de cozinhas estrangeiras, como por exemplo comidas árabes, americanas, mexicanas, chinesas, japonesas, etc. Na matéria específica, a repórter Patrícia Britto, enviada especialmente a Campina Grande para a cobertura do Maior São João do Mundo, disse que: “Quem vai em busca de comidas típicas ao São João de Campina Grande (PB), autoproclamado a maior festa junina do mundo, pode se decepcionar. Para isso, tem de chegar cedo e gastar muita sola de sapato (ou de botina) para achar as duas únicas barracas em meio a um mar de quiosques e restaurantes. Em vez de doces como munguzá (conhecido como canjica em alguns Estados), canjica (o curau do Sul e do Sudeste), pamonha e bolo de milho, o que os pontos oferecem são crepes, sushis, pizzas e até um ‘petit gâteau nordestino’: bolinho de rapadura com calda de queijo coalho e sorvete de tapioca”, criticou a jornalista.
Após a reportagem feita pela Folha de São Paulo, que repercutiu em vários veículos de comunicação pelo país, a Prefeitura Municipal de Campina Grande – PMCG achou viável criar um espaço destinado especialmente para as comidas típicas feitas de milho, na qual deram o nome de “Pavilhão do Milho”.
No local, estão distribuídas três barracas: picolés com o sabor de milho, tapioca, bolo e cuscuz, são algumas das comidas típicas encontradas. O proprietário de uma das barracas, Rafael de Fagundes, 20, fala que: “o pavilhão do milho é uma das principais novidades dessa edição do São João, porque no ano passado nós perdemos o título de melhor São João do Nordeste justamente por não ter comida típica, aí esse ano eles fizeram este pavilhão com três espaços e várias comidas típicas, onde a maioria são feitas de milho. Foi uma ótima ideia da PMCG, pois no ano passado tinha comida mexicana, japonesa, entre outras e não tinha a comida tradicional”, disse.
Gracinda Medeiros, Diretora do CEPACS
Também no Pavilhão do Milho encontra-se uma barraca denominada de “Arraial das Escolas”, onde a mesma está ligada diretamente com a Secretaria de Educação do Município de Campina Grande, que desenvolve dois projetos no local: o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM, e também os cursos ligados ao Centro Profissionalizante Antônio de Carvalho – CEPACS, com direção da Sra. Gracinda Medeiros, que disponibiliza cursos de culinária e gastronomia dentre outras atividades artístico-culturais. O mais interessante é que são os alunos desses projetos que produzem essas comidas típicas de milho e eles mesmos que as vendem, revertendo os ganhos obtidos de volta aos projetos que são vinculados. Os alunos revezam entre si os horários e dias de trabalho durante o período em que permanecerão integrados ao Pavilhão do Milho no Parque do Povo.
A barraca “Arraial das Escolas” tem um cardápio variado que inclui as comidas típicas. As principais opções para se deliciar são: o arrumadinho, batata doce gratinada, bolo de mandioca, bolo de milho, pudim de milho, bolo de tapioca, café, canjica, chocolate quente, cuscuz de coco, escondidinho de macaxeira, milho cozinhado, munguzá, pamonha, pamonha com queijo, queijo coalho assado, queijo de manteiga assado, entre outros.
A artesã Olívia, 52, se deliciou de vários pratos feitos nas barracas do Pavilhão do Milho. “Todo ano senti a necessidade de um espaço como esse aqui no Parque do Povo, porque todos anos os turistas reclamam muito da falta de comidas típicas de milho na estrutura montada para os 31 dias do evento, porque se encontra muitas opções de comidas, mais de milho era muito difícil de encontrar”, explicou.
Neste ano, além dos espaços fixos como o Pavilhão do Milho, foram construídas 160 barracas, 60 quiosques e também outros locais destinados para 160 vendedores ambulantes comercializarem bebidas e mais 60 para a venda de comidas diversas. Dessa maneira, a edição 2016 do São João de Campina Grande pôde resolver uma questão bastante criticada pelos que acompanham os dias de festa no Parque do povo. Através dessas iniciativas desenvolvidas para atender especificamente as deficiências em relação a comercialização das comidas típicas de São João, principalmente a base de milho, a organização do Maior São João do Mundo mostrou que está disposta a receber as sugestões do público e atender os pedidos dos forrozeiros que são os verdadeiros donos da festa.
