Salão do Artesanato recebe obras feitas por presidiários da Paraíba

Campina Grande, 2 de julho de 2016  ·  Escrito por Ingrid Marques e Juliana Rodrigues  ·  Editado por Anthony Souza  ·  Fotos de Maria Clara Monteiro
Artesanato produzido por reeducandos de presídios paraibanos

Artesanato produzido por reeducandos de presídios paraibanos

O 24º Salão de Artesanato da Paraíba que acontece em Campina Grande no período junino, agrega diversos artesãos que expõem suas distintas artes para vendas. Todos os anos turistas de diferentes partes do Brasil vêm à cidade prestigiar a cultura local e aproveitar para fazer compras e guarda lembranças da festa.

Há cinco anos um projeto que leva artesanato para dentro das penitenciárias vem conquistando seu espaço no salão do artesanato e envolve homens e mulheres de presídios e cadeias públicas da Paraíba. Desde 2012, toda arte produzida dentro das prisões são vendidas no salão e o dinheiro arrecadado vai diretamente aos familiares dos presidiários. Os responsáveis pela venda dos produtos são os agentes penitenciários Celso dos Santos Bezerra (39) e Estela (29).

Presídios paraibanos são atendidos por esse projeto, caso da Cadeia Pública de Esperança, do Presídio de Santa Rita e outras cadeias públicas do estado. Nas penitenciárias que há as oficinas de artesanato, isto conta como trabalho e eles recebem um ano de remissão de pena por cada três de expediente.

A Gerência Executiva de Ressocialização localizada na Secretária de Administração penitenciária, possibilita projetos como esse do artesanato. Segundo Estela, a participação no projeto é optativa. “Mas, a partir do momento que ele participam do projeto de ressocialização, deixamos de chamar eles de apenados e chamamos eles de reeducando”, explica a agente penitenciária.

O projeto ainda sofre com algumas dificuldades, pois ainda não é estruturalizado dentro das prisões e enfrenta processos burocráticos para ser oficializado. Apesar de todos os problemas, o projeto vem ajudando na ressocialização de detentos do regime fechado, semiaberto e aberto, que encontram no Salão do Artesanato uma oportunidade de demonstrar suas obras.

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