“Forró é forró”: Fulô de Mandacaru e a nova geração de forrozeiros

Campina Grande, 19 de maio de 2019  ·  Escrito por Anne Suênia Sales  ·  Editado por Mateus Almeida  ·  Fotos de Anderson Luiz

Quando se fala em cultura popular nordestina, e especialmente em forró, não podemos esquecer nomes como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Elba Ramalho e tantos outros. Em paralelo, a nova geração do forró continua ganhando espaço e voz no cenário musical brasileiro.

O trio Fulô de Mandacaru esteve em Campina Grande, na tarde de ontem (18), durante a gravação do programa Momento Junino, da TV Borborema e contou um pouco da história do grupo, além de reforçar a importância do mantimento e resistência do segmento musical o qual integram.

Fulô de Mandacaru durante apresentação nas gravações do Momento Junino

 

O grupo

Fulô de Mandacaru é um grupo pernambucano que ficou conhecido nacionalmente ao ganhar o concurso de bandas “Superstar”, exibido em horário nobre pela Rede Globo, no ano de 2016. À frente do trio estão os músicos Pingo Barros, Armandinho do Acordeon e Tiago Muriê.

 

Não há espaço para segregação

De acordo com Armandinho, o forró não precisaria ser dividido em estilizado, pé-de-serra, raiz, ou em qualquer outro termo que servisse apenas para diferenciar o ritmo.

“O forró é forró e pronto. O que foi eternizado por Luiz Gonzaga é vivo, da mesma forma que o que artistas como Wesley Safadão fazem é importante, já que leva o nome de forró. Não há necessidade de segregar as formas de se fazer forró”, explicou.

 

Fulô de Mandacaru concedendo entrevista ao Repórter Junino

 

Ideologia forrozeira

O grupo tem características fiéis aos tradicionais trios de forró nordestinos, principalmente por ter em sua composição os três principais instrumentos que compõe o ritmo: a sanfona, o triângulo e a zabumba. Porém, mais do que isso, os jovens trazem consigo uma ideologia bem definida naquilo que fazem.

“A gente pensa muito bem em cada música que toca, em cada apresentação que faz. Na nossa ideologia não cabem canções que falem da mulher de forma pejorativa, nem que seja preciso que os pais se preocupem que os filhos ouçam as músicas com medo do uso de palavrões “, afirmou.

 

Representação jovem

A nova roupagem do forró trazida pelo Fulô de Mandacaru impressiona por onde passa. O grupo tem uma energia contagiante que impede qualquer pessoa de ficar parada.

Quando questionados sobre a importância da representatividade deles no cenário musical atual, os forrozeiros reafirmaram a paixão pela cultura nordestina: “Nós somos jovens e representamos o que grandes artistas vêm construindo com o passar dos anos. Fazemos com amor e por isso dá tão certo”.

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