Bendito Trio – JOÃO

Campina Grande, 19 de junho de 2019  ·  Escrito por Renata Jordão  ·  Editado por Wilma Beatriz  ·  Fotos de Renata Jordão

João Batista é Jornalista, professor de sanfona e está concluindo licenciatura de música

Bendito trio

A nossa segunda reportagem, da série Bendito Trio, conta a história do estudante de música e sanfoneiro João Batista de Souza Filho, 29 anos, integrante do trio de forró “Descendentes de Gonzagão”.

Texto: Renata Jordão

Produção: Laís Sousa e Sara Silva

Produção audiovisual: Marvin Santiago, Wesley Farias e Rafael Avelino.

Edição de texto: Wilma Beatriz

Edição de Vídeo: Rodrigo Silva e Nayara Cordeiro

Fotos: Renata Jordão

Bendito trio: João o sanfoneiro

João Batista de Souza Filho é um homem batalhador, religioso, festeiro e adepto das causas familiares. Natural de Zabelê, pequeno município do Cariri paraibano ele é bacharel em Jornalismo e está concluindo a sua segunda graduação: licenciatura em Música. A escolha do nome de João foi feita por sua madrinha que procurou homenagear o pai dele que também se chama João Batista. O pai do músico, por sua vez, nasceu numa família muito religiosa, e recebeu de batismo o nome João em homenagem ao padroeiro de sua cidade natal São João do Tigre. Aos 29 anos de idade, João tem sua trajetória contada através da música. Envolvido nesse meio desde muito cedo, ele toca diversos instrumentos, mas a sua paixão é, de fato, pela sanfona.

Iniciou sua trajetória musical tocando na igreja da cidade de Zabelê. Buscava misturar o lado de ser criança junto com a paixão pelos instrumentos musicais. Teve como primeira referência seu irmão mais velho, pois era uma figura importante na cidade e foi quem o influenciou para o início de tudo. João Batista conta que um fato marcante aconteceu quando ele tinha catorze anos, em outubro de 2004,quando Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como “Mestre Sivuca”, paraibano de Itabaiana, visitou a cidade de Zabelê para conhecer o lado cultural da região.  Ao ouvir aquele senhor de cabelos brancos e pele avermelhada tocar sanfona, foi como uma revelação, João se apaixonou incondicionalmente pelos acordes daquele instrumento. Só tinha um grande problema: ele não sabia sequer tirar uma nota naquela concertina. Para a sua surpresa, meses depois, a Secretaria de Cultura da cidade ofertou um curso para sanfona, que seu irmão abdicou da vaga para realizar o sonho de João, em aprender a tocar.

João Batista de Souza Filho segurando a estátua de São João Batista

Atualmente João Batista vive em Campina Grande. Professor particular de música, ele também ministra aulas no curso de extensão para sanfona, que funciona no CAC (Centro de Arte e Cultura) da UEPB. Professor e Jornalista, João Batista conta que se considera teimoso. “A minha presença aqui em Campina já é uma teimosia, porque minha mãe, sempre um doce, mandou eu procurar sempre realizar meu sonho. Já meu pai, sempre mais durão, ficou me questionando o que eu iria fazer em Campina Grande, perguntando com o que era que eu iria trabalhar, como conseguir dinheiro para me manter. Então, eu estar aqui foi uma teimosia. No início eu vinha e voltava para minha cidade, depois eu passei no curso de Jornalismo e tive que ficar, e desde então eu fui ficando (…), tenho meus amigos, minha família aqui, também tenho uma filhinha em Zabelê, então, fico um pé lá e o outro aqui (…), então, eu não sou de desistir fácil.”

João também faz parte de um trio de forró, chamado “Descendentes de Gonzagão”. O sanfoneiro, conta que decidiu montar o trio para poder trabalhar com aquilo que ele mais se identifica “O que me motiva é exatamente isso, porque pensar em viver sem tocar, viver sem produzir, viver sem a sanfona, por exemplo, que é o meu instrumento de trabalho, é como pensar em não acordar(…) eu sou apaixonado pela arte.”, afirma João Batista.

 

São João Batista

João Batista foi um pregador judeu, primo de Jesus Cristo. Foi ele quem batizou o nazareno nas águas do rio Jordão. O santo era considerado uma pessoa de fortíssima liderança, promovendo festas e pregando suas crenças. No Brasil, a memória de João Batista é celebrada durante o mês de Junho, uma das épocas mais festivas e tradicionais, especialmente no Nordeste. As comemorações ao santo acontecem durante todo o mês de Junho. Esse período também é considerado como uma época de grande fartura e momento de colheita. No dia 24 de Junho, os católicos, celebram o dia de nascimento de João Batista e para isso acendem uma fogueira. A tradição de acender a fogueira faz menção ao modo que a mãe de João, Santa Isabel, encontrou de mandar um sinal para Maria, mãe de Jesus, avisando-a sobre nascimento daquele que seria o mais importante santo junino.

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