ESPECIAL | A força da fé e as crescentes manifestações religiosas no Maior São João do Mundo

Campina Grande, 7 de julho de 2018  ·  Escrito por Aluska de Araújo Teberge e Eledson Lino  ·  Editado por Sarah Cristinne  ·  Fotos de Anderson Luiz e Aluska de Araújo Teberge
Terço Mariano: Umas das representações da fé católica. Foto: Anderson da Silva.

Terço Mariano: Umas das representações da fé católica. Foto: Anderson da Silva.

Duas vertentes aparentemente tão distintas, caminhavam juntas e acabaram por se distanciar ao longo dos anos. O que era tradição, comemoração e homenagem ao santo que dá nome a festa, pela colheita foi se tornando esquecido e pela as novas gerações, nem mais lembrado o motivo pelo o qual se faz suas fogueiras. A religiosidade era o motivo da festa de São João. Os agricultores faziam fogueiras para festejar a colheita e agradecer. Agradecer aos santos por intercederem. Por olhar por eles.

Seus trajes eram e são característicos. O povo nordestino e sertanejo tem sua marca. Sua identidade. Xadrez, chapéu de couro, xita e comida de milho. Estas são algumas das características que lhe são próprias.

Porém, através das gerações, suas tradições foram se perdendo e perdendo seu sentido. O que era profano se tornou majoritário e no Maior São João do Mundo o que mais se via era aquilo o que a igreja chamava de profano, no que diz respeito aquilo que agora encabeçavam a festa. E com o passar dos anos o evento foi ganhando ares de modernidade e fugindo ainda mais do que lhe era regional, o que acabou ocasionando uma descaracterização no evento que é propriamente conhecido por suas manifestações culturais e religiosas.

O profano e o sagrado

Multidão assistindo ao show de Eliana Ribeiro. Foto: Aluska de Araújo Teberge

Multidão assistindo ao show de Eliana Ribeiro. Foto: Aluska de Araújo Teberge

Enxergando através deste olhar de perda, a produção do Maior São João do Mundo em parceria com a Diocese de Campina Grande, iniciou em 2013 o projeto “Fé e Cultura”, que faz um trabalho de resgate histórico, através da inserção de uma programação que acolhe novamente a religiosidade que lhe é própria. Desde sua vigésima quinta edição, o evento tem algumas noites de sua programação marcadas por evangelização e mensagens de fé.

Católicos e protestantes foram acolhidos pelo o evento e convidados pela religiosidade manifestada para o público através de canções e testemunhos. Pelo palco já passaram missionários como Padre Fábio de Melo, Padre Reginaldo Manzotti e neste ano, o evento trouxe para o povo Débora Almeida, Forró Celestial, Padre Nilson Nunes e sua tradicional missa da Luz, Livian Farias, Atos 2, Camila Holanda, Thiago Brado e Eliana Ribeiro.

“Esse foi um meio de agregar a religião e a festa em um só lugar. E apesar da limitação de horário, eu gostei bastante”, comentou Elaine Cristina, 28, serva do grupo de oração Ordem de Batalha que acontece na Comunidade Virgem dos Pobres, Araxá.

Thiago Brado se apresentando no palco principal. Foto: Anderson da Silva.

Thiago Brado se apresentando no palco principal. Foto: Anderson da Silva.

 Para muitos, a força da fé tem motivado a participação ativa nos shows que acontecem no palco principal. Agradecimentos, louvores e preces reunidos num mesmo ambiente em união, nos fazendo lembrar das preces que originaram esta data que é fixa no calendário anual do país.

Neste ano, o projeto se encerrou numa quarta-feira de noite estrelada ao som da cantora católica Eliana Ribeiro, que com felicidade, fé e emoção levou o público a entoar com ela suas canções. “A mensagem que deixo é justamente essa: abra seu coração. Não importa as escolhas que você fez em sua vida, Deus sempre tem o seu braço e o seu coração aberto para nos receber de volta”, finalizou.

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