Bandeirolas e balões coloridos, energia positiva, gente bonita e muito forró. É isso que você encontra durante o período do Maior São João do Mundo na cidade de Campina Grande.
O evento, que esse ano está em sua 26ª edição, realiza-se durante os meses de Maio e Junho e recebe da EMBRATUR o como A MAIOR FESTA POPULAR DO NORDESTE e uma das mais importantes do País, com trinta dias ininterruptos de festa. Milhares de turistas não só do Brasil como também do exterior, lotam a cidade com o intuito de prestigiar a festa.
O espaço onde se concentra o evento leva o nome de Parque do Povo e tem uma área aproximada de 43 mil m². A média de pessoas que passam pelo local, por dia, é de 100 mil. Porém, nos dias mais disputados o parque chega a receber mais de um milhão de visitantes
Histórias de pessoas que vieram e gostaram
Ao escutar pessoas que há muito tempo participam diretamente dessa grande festa me foi relatado que, durante esses 25 anos de existência, não houve sequer um dia que o Parque do Povo ficasse vazio durante a época do evento. Mesmo nos dias de chuva forte, que não é algo raro durante o mês de Junho, conseguia-se encontrar pessoas no Parque. Após saber dessa curiosidade, passei a me perguntar: quais os motivos que levam as pessoas a irem ao Parque do Povo durante o São João? São tantas pessoas, dos mais variados estilos, se concentrando em um mesmo local, porém nem todos vão com a mesma intenção.
A aposentada Margarida Oliveira adora a época do São João e vai ao Parque do Povo desde a primeira edição da festa, porém o motivo de ela ir ao parque é algo bem peculiar: “Gosto de ir ver a ornamentação do parque e das barracas. Não tenho mais idade de dançar forró, então vou no comecinho da noite, quando ainda não tem quase ninguém, e fico andando por lá”. Cedo da noite é fácil encontrar pessoas idosas e grupos de turistas andando pelo parque, uma que vez que mais tarde o local se enche de gente de tal maneira que às vezes fica até difícil movimentar-se no meio de povo.
Os jovens são os que têm os motivos mais variados de ir ao parque. O estudante Ítalo Rodrigues veio de Santa Catarina, local onde não se tem muito o costume de dançar forró, então ele usa esse motivo para ir à procura de alguém que lhe ensine o ritmo: “Meus amigos tiram onda comigo porque não sei dançar forró, mas uso isso ao meu favor, pois assim tenho um motivo de chegar perto de uma menina e pedir a ela pra me ensinar a dançar. Faço duas coisas, danço e paquero”. A design Juliana Nepomuceno vê no Parque do Povo um local ideal pra reunir as amigas: “Marco uma barraca pra me encontrar com as minhas amigas. Lá fofocamos e paqueramos a noite toda”. Já o engenheiro Cássius Lima prefere ir ao Parque do Povo para beber com os amigos e assistis aos shows: “Junto meus amigos, pegamos uma mesa naquelas barracas lá da parte de baixo do parque e viramos a noite bebendo e dançando forró com as turistas bonitas.”
Comprova-se que os motivos são os mais variados possíveis, não podendo esquecer aqueles que vão à festa com as piores das intenções, como roubar e provocar brigas, mas não cabe falar sobre eles aqui. A grande festa do São João na cidade de Campina Grande pode não agradar a todos, mas consegue reunir um público bastante variado e alegre que tem a capacidade de transformar o clima da cidade durante os trinta dias de festa.
Peculiaridades dos que trabalham no Parque do Povo
Uma grande parcela de pessoas que freqüentam o parque o faz não por lazer, mas por trabalho. Como é o caso do senhor José Nazareno Silva, que desde a terceira edição do evento é contratado como garçom de uma grande barraca. Ele trabalha durante 25 dias da festa e tem muita história pra contar: “Já servi gente famosa, artista da Globo. Já vi namoro começar e casamento se acabar em uma noite só. Teve uma vez que recebi 10 dólares de gorjeta de um estrangeiro”.
