Salão de Artesanato reúne artistas e difunde cultura paraibana

Campina Grande, 14 de junho de 2010

 

O período para o Salão durante as festas juninas atrai turistas de dentro e fora do país, que aparecem no local para apreciar a produção artesanal e comprar presentes. Segundo a artesã Gilma Pereira, uma das expositoras do evento, o salão este ano conta com a participação de um público considerável. Participando desde a primeira edição, Pereira aproveita o espaço para comercializar as luminárias que desenvolve com fibras de cipó rústico, a partir de uma técnica que aprendeu em sua cidade, Caaporã. De acordo com a artesã, as vendas deste ano estão ainda melhores em relação aos anos anteriores, atraindo inclusive grupos de estrangeiros que estão na cidade no período.

Assim como Gilma Pereira, cada artesão participante do evento vem de um município diferente da Paraíba. Dessa forma, percebe-se uma grande variedade de produções típicas paraibanas, incentivando o artesanato e valorizando a cultura tradicional do Estado.

É por isso que se torna possível encontrar, passeando e cumprimentando as pessoas pelo Salão, personagens caricaturais e típicos do estado. É o caso de Fernando Luiz da Costa e Tertulina Gomes, atores do Núcleo de Artes Cênicas da Fundação Cultural Casarão de Ibiapinópolis, localizado no município de Soledade. Interpretando, respectivamente, Zé Pedro e Maria da Conceição, os atores interagem com o público do evento, propondo, segundo eles, um resgate de valores e histórias antigas da região do Cariri. “Nossos personagens simbolizam figuras imortais. Por isso, brincamos de dizer que eles são tão velhos que se esqueceram da própria idade”, explica Costa. Um dos objetivos da dupla de atores é também  divulgar o trabalho audiovisual da Fundação que representam, a exemplo do curta-metragem Velho do Roçado, no qual atuaram. Dirigido pelos cineastas amadores Ivanildo Gomes e Janeide Costa, o curta é inspirado na música do cantor Moacir Laurentino.

Além de adotar toda esta postura de preservação da cultura regionalista, o evento também abre espaço para artistas como Massahiro Yamori. Natural da cidade de São Paulo, ele aplica uma técnica de escrita de nomes com até 78 caracteres em um grão de arroz na confecção de  chaveiros e colares. A técnica ele diz  ter aprendido na Tailândia.

Outra preocupação do Salão é estimular o uso sustentável de recursos naturais através do artesanato, com a reciclagem. Um exemplo disso é a confecção de pulseiras a partir de garrafas pet. Esse trabalho é desenvolvido por Flávio Motta e sua esposa, Iraneide Gouveia, que realizam o processo de coleta, limpeza e queima das garrafas plásticas. “Todas as peças são únicas, já que é impossível misturar as cores exatamente da mesma forma. Nós transformamos o lixo em luxo”, afirma Iraneide.

O XII Salão de Artesanato Paraibano ocorre em todos os dias até 27 de junho, das 15 às 22 horas, na Rua Otacílio Nepomuceno, no bairro de Catolé.

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