Os impactos do Projeto Fé e Cultura no São João de Campina

Campina Grande, 15 de junho de 2016  ·  Escrito por Débora Marx e Cecy Macedo / Edição: Aldair Rodrigues // Fotos: Ediva Costa

Quiosque “Gilvan Cróss” comercializando coquetéis sem álcool no PP

Em 2013 teve início em Campina Grande o projeto Fé e Cultura. Parceria firmada entre a Prefeitura e a Diocese da cidade para resgatar o valor religioso das festividades juninas. Dessa forma, em dias de programação cristã no Maior São João do Mundo a atmosfera do Parque do Povo se torna outra e a festa ganha um novo contexto e valor simbólico.

Assim, a programação reflete no público que é atraído para a festa, nas vendas e no trabalho dos profissionais envolvidos, que por uma noite modificam a logística do seu planejamento profissional. Como é o caso de Gilvan, dono do quiosque Gilvan Cróss, que em dias de shows religiosos não comercializa caipifrutas com álcool. “Encontrei essa estrategia para poder faturar em dias como esse, isso porque as vendas de bebidas alcoólicas caem cerca de  90%, sendo assim, produzo coquetéis sem álcool para atrair esse tipo de público”. Ressaltou o comerciante. Gilvan Cróss atende aos forrozeiros com 4 quiosques em dias normais, apenas dois abrem as portas em dias de programação da Diocese.

Pela redução de bebidas alcoólicas, tendo em vista que a embriaguez, segundo a PM, é a mola propulsora de inúmeras ocorrências policiais durante o São João de Campina,  o ambiente fica bem mais tranquilo no Parque do Povo, como nos conta, o Major Gilberto Felipe, Comandante do 2º BPM ( 2º Batalhão de Polícia Militar da Paraíba). “As diferenças são inúmeras, a começar pela redução a quase zero de ocorrências puramente policiais, na verdade, ocorrência policial tende ao zero no dia de hoje”. disse o Major.

Grupo de Jovens da Igreja Nossa Senhora das Graças

Além de reunir diferentes gerações, o Projeto Fé e Cultura atrai também inúmeros grupos pastorais de diversas igrejas da cidade, como os paroquianos da Igreja Nossa Senhora das Graças que estavam representando o Encontro de Jovens com Cristo (EJC) de sua comunidade e assistiram ao show juntos e em unidade. Para Rodolpho Moura, membro do EJC das Graças, é maravilhoso estar no Parque do Povo e ver todas as pessoas com o espírito de ter um pouquinho da experiência de Deus em sua vida. “O nosso  grupo também frequenta dias de outras atrações, mas sem deixar de lado a nossa responsabilidade enquanto religiosos praticantes, nós, enquanto católicos, não estamos distantes do mundo ou da festa, mas dentro dela com um comportamento de cristão”, diz.

Com a consequente tranquilidade do show, o público presente se sente mais seguro em reunir familiares para escutar a palavra de Deus. Thanny Maria, trouxe seus dois filhos pequenos para assistir ao show, mas garante que, em dias comuns não traria seus filhos. “Só viríamos eu e meu esposo, pois não dá para trazer crianças nesses dias. Esse resgate de viver o São João em família é muito importante, pois nos dá a oportunidade de trazermos nossos filhos para conhecerem O Maior São João do Mundo com segurança”. Citou Thanny.

Barraca da comunidade “PIO X” para vender camisas religiosas no PP

Assim, por ser um público diferenciado que frequenta o Parque do Povo em dias como ontem, grupos missionários enxergam na festa uma oportunidade de angariar fundos para obras de caridade, como é o caso de Sthefany Wanessa,representante da comunidade Pio X, que montou uma barraca de vendas de camisas  com o intuito de arrecadar verba para o projeto social “Vila Frei Galvão” que será construído em Campina e prestará apoio à pacientes e familiares que vêm de cidades circunvinhas para se tratarem e não têm lugar onde ficarem. Para Sthefany, é um privilégio ter um evento católico dentro do Maior São João do Mundo. “ Para o nosso proposito, é fundamental esse espaço, pois encontramos aqui o público alvo que precisamos para vender nossos produtos, estamos tendo uma ótima aceitação e o resultado está sendo mais do que satisfatório”. Falou a missionária.

Por fim, fica claro que a programação do Projeto Fé e Cultura além de ressaltar o significado religioso do evento, traz reflexos diretos e indiretos para a economia, a segurança, o trabalho e o aproveitamento da festa. Ao mesmo tempo que esfria um mercado aquece outro, pessoas que não frequentam o evento, comparecem nessa programação voltada à família, novas possibilidades se abrem… E assim  O Maior São João do Mundo se torna cada vez mais plural e com mais espaço para todos aproveitarem da sua maneira.

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