A atuação das rádios de Campina Grande durante o São João 

Campina Grande, 11 de junho de 2023

Diretamente do Parque do Povo, a Vila Nova da Rainha se transforma em um conglomerado de rádios.

Repórter: Eduarda Queiroz

Fotógrafa: Marilía Duarte

Editora: Alberta Figueirêdo


Vila Nova da Rainha na cidade cenográfica do PP. Foto: Marília Duarte / Repórter Junino

A cidade de Campina Grande comporta uma das manifestações culturais mais efervescentes do país. Com shows, apresentações de grupos folclóricos, e comidas típicas, já foi oficialmente chamada de Vila Nova da Rainha, em homenagem à Rainha Dona Maria. Mais tarde, esse mesmo nome viraria uma das ruas mais importantes da cidade da Rainha da Borborema.

No São João de Campina Grande, a cidade cenográfica faz parte da festa, remontando prédios históricos ainda do século XVIII, como o Cassino El Dorado, e o Telegrapho. Na 40° edição, o festival fez da antiga Vila Nova da Rainha, um espaço para homenagear uma das comunicações mais importantes do país: a rádio. Com um alcance gigantesco, e com ouvintes fiéis, as rádios de Campina Grande foram responsáveis pela difusão das notícias e entretenimento para as suas regiões imediatistas, desde da época que a transmissão era via antena. Hoje, fazendo do Parque do Povo um pequeno estúdio para movimentar as notícias.


Tradicionais rádios de Campina Grande. Foto: Marília Duarte / Repórter Junino

Campina FM

A rádio Campina FM foi a primeira de Campina Grande, fundada em 1978,com uma programação que veio se adaptando ao longo dos anos. Este ano conta com uma cabine improvisada na cidade cenográfica do Parque do Povo. Daniela Regis, estagiária da rádio, nos conta sobre a programação nesse período Junino: “Nos organizamos para estarmos aqui nos dias de mais movimentações. Das quartas aos domingos. Porque, geralmente, na segunda-feira e na terça-feira, as pessoas estão mais em casa, por conta do trabalho”.

Além disso, a distribuição de quem comanda a programação é dividida entre a locução, social media que grava o palco para as redes socias da emissora, bem como equipe de fotografia. A produção do material é feita no Parque do Povo e enviada para os estúdios da rádio. Além da produção dos conteúdos relacionados à festa, em dias específicos em que há, por exemplo, uma figura pública, ocorre a produção do material jornalístico. “ A gente busca valorizar os ouvintes. Sempre estamos interagindo com eles, e cedemos este espaço para que eles venham aqui e conheçam nosso espaço”, afirma Daniela.

Com nova localização na Vila Nova da Rainha, Daniela reitera sobre o espaço desta edição: “Esse ano está um pouco menor. Nota-se. Mas, a gente faz uma decoração aqui, para que quando os nossos ouvintes virem, registrar nas suas redes”

Caturité FM:

Em homenagem ao índio Caturité, um bravo guerreiro que lutou contra a invasão dos portugueses, a rádio tornou-se símbolo histórico e radiofônico nas ruas de Campina Grande. A Caturité utiliza da cabine que está na cidade cenográfica para fazer movimentar sua programação.

Angellyka Kelly está há dois anos à frente dos microfones da rádio Caturité no Parque do Povo, e divide o espaço com Gutemberg Simões. Enquanto ele faz a locução durante, Angellyka assume os fins de semana. As transmissões são feitas na cabine para os estúdios, além de contar com disposição de fotógrafos ao longo da semana. O palco cultural, ilhas de Forró, e o palco principal são mostrados para os ouvintes. “Transmitimos o que está acontecendo no Parque do Povo, para o pessoal que está em casa”. Menciona Angellyka.

A partir da programação do palco principal, a rádio escolhe as músicas a serem colocadas no ar. Além disso, a programação é voltada para os serviços oferecidos no Parque do Povo, a exemplo do “Achados e Perdidos” que fica localizado na representação cenográfica do antigo Telégrafo, que recebe objetos perdidos e busca achar o proprietário. “Elenca a brincadeira, que é a música, com a utilidade pública”, reitera Angellyka Kelly.

Panorâmica FM:

A rádio que atua na frequência 97.3, também está presente na festa popular. Preto Rocha, com mais de 30 anos de experiência no mundo esportivo, o locutor se aventurou na programação junina da rádio. Com a modernização da cidade cenográfica deste ano, ele reitera: “Hoje é cabine de transmissão, antigamente era barraca. Contamos com um maior conforto”. Além disso, relembra que com essa mudança de local, é necessário apenas um repórter. “Antes, quando era barracas tinham dois locutores. Mas hoje, com a cabine só é necessário um aqui e outro nos estúdios”, afirma.

A panorâmica, a partir das 19h prepara sua programação juntamente com o repórter que fica na cabine, e a cada trinta minutos, tem as entradas ao vivo, mostrando como está o parque do povo, shows que estão acontecendo no palco principal, e nas outras áreas do PP. “O pessoal através da rádio, sente que está no Parque do Povo”, reitera Preto Rocha.

Rádio Correio

Não é só o São João de Campina Grande que está comemorando uma data simbólica este ano. A Rádio Correio comemora o seu quadragésimo aniversário fazendo uma diversificação na programação. “Esses 40 anos tem toda uma simbologia. Além de ser os 40 anos do São João, são 40 anos da 98 FM”, reitera Carlos Sousa, apresentador do programa “Balanço Geral”.

A rádio Correio dispõe de um repórter que fica circulando no Parque do Povo, informando sobre os eventos da pirâmide, palco cultural e demais localidade.“ A gente faz um panorama do que está acontecendo e vai acontecer aqui no Parque do Povo.”, menciona Carlos Sousa. Com uma programação diversificada, os estúdios da rádio transmitem um dos seus programas jornalísticos: “Balanço Geral”, de segunda à sexta das 17h até as 19h. Além disso, conta com a participação do Coroné Grilo na sua programação, trazendo forró e humor para os ouvintes.

Os fiéis radiofônicos:

Com as inovações tecnológicas, esperava-se que as rádios entrariam em desuso. No entanto, com o decorrer dos anos, ficou provado que os ouvintes de rádio são um público fiel.As rádios apresentam programações distintas, mas em geral tem o objetivo de entreter e informar aos ouvintes. Edesio Correia, 68 anos, é um devoto da mídia sonora: ” Todo tempo que tenho, ouço rádio, seja um forró ou os jornais”, afirma. Com o início do mês de junho, as emissoras buscam trazer para os ouvintes músicas que remetem à cultura local, como uma forma de viver o momento junino. Todavia, Edésio menciona a falta de uma programação com mais forró nos outros meses do ano. “Eu gosto de forró, forró raiz. Aquele que Luiz Gonzaga fazia, e que hoje, artistas como Flávio José faz. Acho que as emissoras deveriam fazer mais uma programação assim, todo o ano. Não só no mês de junho”, complementa.

Além de conteúdos musicais, a rádio é presente na transmissão de informação. Seja de como está a movimentação do Parque do Povo, ou sobre o trânsito na cidade. Maurícia Inácio, 65 anos, reitera que ouve o rádio no dia a dia para se manter informada, aprendeu esse costume com a sua mãe. Além disso, afirma: “Ouço rádio pelo celular”. Logo, usando da tecnologia para a conexão de uma mídia antiga.

Seja pelos aparelhos de rádio ou através da internet, as emissoras chegam na casa dos ouvintes e são bem acolhidas. As transmissões no mês de junho são efervescentes nas rádios da Rainha Da Borborema, e diretamente do Parque do Povo, a magia do forró acontece.

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