Algumas cidades interioranas mantém tradições do período junino, como a produção caseira das comidas de milho e também o costume de acenderem fogueiras para homenagear os santos festejados, principalmente São João.

Em Santa Cruz do Capibaribe, agreste pernambucano, desde a manhã de hoje (23), foi intenso o movimento no Mercado Público Municipal, onde foram comercializadas fogueiras e milho.

Conversamos com José Nelson, 49, agricultor, que há 22 anos vende inhame e bananas, mas que entre os meses de março e junho se dedica exclusivamente ao plantio, colheita e venda de milho. José é natural de Bonito-PE e comercializa seus produtos em Santa Cruz há 7 anos.

Ele nos disse que este ano o excesso de chuvas não ajudou na produção da lavoura. “As vendas estão boas, melhor até do que em outros anos, mas tivemos muito prejuízo com as chuvas, o milho está menor, não é a mesma qualidade do ano passado por exemplo, mas está vendendo bem”. José está vendendo a mão do milho (50 espigas), por R$ 15,00.

Outros vendedores se dedicam apenas à venda de fogueiras, como Patrício da Silva, 48 anos. Ele disse que há cerca de doze anos vende fogueiras e que este ano as vendas estão abaixo do esperado. “Quando eu comecei a vender madeira, vendia muito mais do que hoje, pois a concorrência não era muito grande, a lenha que colhemos é bem menos do que antes, se não fossem os clientes fiéis, seria muito complicado, mas ainda temos a fogueira de São Pedro para nos ajudar.”

Patrício ainda nos contou que toda a sua lenha é fiscalizada pelos bombeiros. “Eu só vendo madeira dentro da lei, é algaroba, aveloz, árvores que não são protegidas pelo IBAMA, temos autorização para trabalhar.”

Edição: Mayara Medeiros