Sanfona ou Gaita para uns, Acordeão para todos

Campina Grande, 15 de junho de 2013

Sanfoneiro Franco e Luciano Huck no Parque do Povo.

Sanfoneiro Franco e Luciano Huck no Parque do Povo.

No Brasil o instrumento foi trazido por volta dos anos de 1837 por alemães e italianos, ainda com o nome de “Concertina”, onde viria a ser mais difundido no Nordeste, com a alcunha de Sanfona e no Sul com o nome de Gaita. No nordeste, a sanfona viria a ser um dos instrumentos mais marcantes da nossa cultura, até hoje temos enraizados os acordes memoráveis de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião – e a figura mais característica do instrumento musical.

Gonzaga e a Sanfona

Nascido em Exu-PE, Luiz Gonzaga do Nascimento, serviu ao exército logo após fugir de sua terra natal por não poder levar adiante um amor com uma filha de um coronel. Em Juiz de Fora, Minas Gerais, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.

Em 1939, deu baixa do exército na cidade do Rio de Janeiro. Estava decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar nas áreas de prostituição da cidade. Nascia então um dos maiores ícones da música popular brasileira. Gonzaga gravaria sua primeira música em disco, a canção “Vira e Mexe”. Em 1946, Luiz Gonzaga voltou a sua terra natal e ao reencontrar seus pais, estourou com a música “Respeita Januário”, daí então seriam mais de quarenta discos gravados, com uma história que até hoje deixou marcas.

Sanfona: Um instrumento também da atualidade

Franco e Amazan na gravação do Lar Doce Lar, em Campina Grande.

Franco e Amazan na gravação do Lar Doce Lar, em Campina Grande.

Com o passar dos anos, a sanfona não perdeu seu valor. Assim como outros instrumentos populares, o instrumento de Gonzaga ganhou o mundo. Em Campina Grande, terra do Maior São João não seria diferente. Com a modernidade e o surgimento de novos estilos musicais, o instrumento também acompanhou o passar dos anos, tanto que vários artistas da terra surgem a cada minuto. Um deles é o músico Franco Júnior, Administrador de Empresas, que toca o instrumento como profissão paralela à profissão de formação. Para Franco, a sanfona é a alma do forró e, São João sem forró jamais seria São João.

Ele conta como o interesse pela peça o despertou. “ Por ser um instrumento prático de transportar e pelo apelo cultural que tem em nossa região, e pela aceitação do público da nossa cidade, que é apaixonado por forró”, diz.

Mas porque um instrumento tão antigo vem ganhando a atenção de novos músicos. O apaixonado pelo rítimo explica o motivo do instrumento ser a queridinha, também, das novas gerações. “A sanfona é um instrumento tradicional, porém ousado, pois temos um bom alcance das notas graves, médias e agudas, sendo assim por si só, sendo bem executada, ela é capaz de garantir a animação da festa, tantos para os gostos mais conservadores como para novas vertentes musicais que vem ganhando espaço nas mídias”, opina.

Para ser um bom sanfoneiro, Franco diz que o interessado deve ter dedicação, para se aprimorar cada vez mais, e muita alegria para com sua música contagiar as pessoas que, com certeza, vão se render à esse ritmo tão empolgante.

O artista já fez parte de bandas como Gabriel do Cavaco & Banda, Forró da Resenha, Los Paineros, e recentemente gravou participação para o programa Caldeirão do Huck ao lado de mais 80 sanfoneiros no Parque do Povo.

Imagens: Divulgação
Edição: Renata Fabrício 

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