Um dos pontos altos do São João são as quadrilhas, com seus figurinos coloridos que se destacam em meio a multidão
Repórteres: Alberta Figueirêdo, Louyz Lourranna e Raiza Mota
Fotos: Karen Brito e Lidiane Michele
Edição: Agda Aquino
Como em todas as grandes produções, o figurino é parte essencial para contar uma história. E nos Festejos Juninos não é diferente, as roupas de quadrilha além de esbanjar criatividade, cores, bordados e texturas, também representa identidade. Todos os anos nos deparamos com quadrilhas que tem como finalidade passar ao público o tema, conceito e referências, não somente por meio da dança mas com os vestimentos e adereços.
Em conversa com o figurinista Allexandre Magno Gomes (@alleparahayba), que desde criança teve contato com a moda, começando pela criação de desenhos e profissionalmente aos 16 anos, ele conta que em 2006 produziu seu primeiro modelo de figurino para uma quadrilha chamada Filhos de Pedra. “Por insistência de uma colega, criei o primeiro modelo para quadrilha que estava migrando do tradicional para o estilizado.”, relembra Allexandre, que a partir disso, conseguiu outras oportunidades na moda junina.
Para Lidiane Michele (@lidianemnutri), dançarina da Junina Moleka (@juninamoleka) há nove anos, quando se está montada com o figurino, se sente mais confiante e corajosa para mostrar ao público o enredo da quadrilha. Visto que toda a produção da roupa está ligada a detalhes que fazem diferença na apresentação. “Eu me sinto a melhor dançarina de quadrilha do planeta”, conta Lidiane em meio a risadas.
A evolução é uma ação presente no ser humano, e com as vestimentas de quadrilha não seria diferente, que vão muito além de um tecido básico feito de algodão e aviamentos simples, agora elas ganham ‘’glamourização’’. A chita e o xadrez ainda permanecem como elemento comum sobre os figurinos, mas agora usados de forma mais trabalhada, com mais detalhes atrativos, o cumprimento das saias diminuindo, os tecidos mais chiques, sendo tudo planejado para deixar os dançarinos deslumbrantes.
Allexandre conta ainda que é necessário adaptar as roupas de acordo com as verbas de cada junina, porque os tecidos vão ficando mais caros à medida que se aproxima do São João e o comércio local não se prepara para atender a demanda do público de quadrilha que necessita dos tecidos e adereços.
“Mesmo estando na terra do maior
São João do mundo, Campina Grande
é carente de um mercado
de moda junina”
O que se sabe é que a cada ano pode-se esperar muita cor e muito tecido nos figurinos que virão, mesmo que o mercado de moda ainda deixe a desejar, os próprios dançarinos junto com seus figurinistas não deixarão de medir esforços para que um grande espetáculo técnico e visual seja feito. Sendo um marco para a cultura popular brasileira e principalmente nordestina, as quadrilhas representam a alegria de viver e festejar de um povo que ano após ano, mantém uma tradição viva.