Pluralidade de gostos: a importação do acarajé em uma festa junina.

Campina Grande, 29 de junho de 2023

A expansão da festa consolidou um espaço para comidas de outras culturas no São João

Repórter: Eduarda Queiroz

Fotografia: Elisa Bernardo 

Editora: Louyz Rodrigues

Comida é muito mais do que se alimentar para saciar a fome ou uma maneira de manter a estética. Comida pode ser entendido como uma ação humana capaz de transformar as relações sociais. Não é atoa que marcamos um jantar ou almoço com aqueles que gostamos de  compartilhar nossas experiências.  Todas as civilizações têm suas tradições voltadas para alguma comida que representa aquela cultura, como por exemplo o acarajé, comida típica da Bahia em que tornou-se patrimônio imaterial como forma de expressar a importância dessa comida desde seus ancestrais.

Niltom Marques. Foto : Elisa Bernardo/ Repórter Junino

No mês de junho, na época do São João no Nordeste, as festas e as manifestações populares se envolvem  para comemorar a festa, a partir do forró, xaxado e baião.  Festas essas que antes de se urbanizarem, ficavam localizadas nos sítios, ou chamados “terreiros de forró”. Além da festa, a produção de canjica e pamonha era obrigatória, uma vez que, a comida era responsável por unir as famílias e amigos para plantar, colher, e posteriormente fazer a comida típica.

Com a globalização e as novas formas de interação humana, atrelada a questões comerciais, ficou comum notar a pluralidade na festa junina da Rainha da Borborema. Ela está presente, por exemplo, nos novos ritmos de outras regiões, como a presença do sertanejo, ou Dj ‘s. Como uma forma de expressar esse mix de sons, o DJ Alok, menciona que: “O São João de Campina é grande, pois abriu  espaço para vários ritmos”. Além da música, vemos a diversidade cultural também na culinária.

No maior São João do Mundo, a presença do acarajé é um bom exemplo disso sendo algo marcante todos os anos. Niltom Marques, de 62 anos, faz a o acarajé a 15 anos e a 4 anos está na festa da Rainha da Borborema, ele menciona: “Aprendi a fazer acarajé porque gostava muito, e quando fui para São Paulo, não tinha. Trouxe essa culinária para cá, para difundir a nossa cultura”. O público que aprecia a culinária baiana é um público fiel no Parque do Povo. Giselle Florentino, de 44 anos, “Apesar de não conhecer a cultura do acarajé, já virou tradição eu ir comer acarajé no Parque do Povo”, comenta.

Niltom Marques. Foto: Elisa Bernardo / Repórter Junino

Uma festa tipicamente nordestina acolhe todos os ritmos e todos os gostos, atendendo a pluralidade de sabores, fazendo da festa um espaço de reunir com amigos para se deliciar com uma comida ou para curtir um show do seu artista favorito. 

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